DRM AM Recife: Rádio digital com qualidade cristal alcançaria João Pessoa, Natal, Maceió e os grandes Interiores do Nordeste
- Ricardo Gurgel
- 30 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de mai.
Som mais puro que em FM
Imagine sintonizar uma transmissão no carro sem chiados, com mais "pancada" e "cristalinidade" que o FM, vinda de uma rádio AM digital em Recife. Isso é possível com o padrão DRM de radiodifusão digital.
Lembranças da Clube AM de Recife, ouvida em Tabatinga (RN)
Na infância, eu ouvia a Rádio Clube de Recife, nos 720 kHz, ainda à tarde. Era o tempo do “Clube do Brega”. Um caseiro na casa de praia, em Tabatinga (RN), ouvia todas as tardes. Poucas lâmpadas fluorescentes acesas, pouca interferência elétrica, e mesmo assim a rádio chegava clara, num rádio pequeno, dentro de casa. A física já mostrava que o sinal atravessava o dia, mesmo sendo analógico.
Menos consumo, mais cobertura
Em modo digital, uma rádio AM consome menos energia para alcançar a mesma distância. Isso significa que emissoras regionais ou nacionais ganham um salto de qualidade sonora sem perder alcance, ao contrário, podem até expandi-lo.
Recife: uma capital estratégica
Recife é a metrópole brasileira mais próxima de outras capitais: João Pessoa (cerca de 120 km em percurso direto), Maceió (200 km) e Natal (270 km). Com isso, uma rádio AM digital em Recife cobriria três capitais em um raio inferior a 300 km.
Somando os grandes interiores como Caruaru, Campina Grande, Arapiraca, temos um mercado imenso. Uma área de captação estável, com som limpo e forte. É audiência garantida.
De Natal a Recife com o mesmo sinal
Com o DRM, é possível manter o sinal contínuo de uma mesma emissora em boa parte do trajeto Natal–Recife. Pode haver cortes breves, sim, mas com 97% do tempo com som claro e sem chiado, o resultado seria uma grande audiência rodoviária e doméstica. Perfeito para informação, socorro, utilidade pública e conexão regional de qualidade.

O salto noturno de uma AM digital em Recife
Durante o dia, uma emissora digital de Recife já teria ótimo alcance. À noite, ela poderia se tornar nacional. E isso sem depender da internet. É possível ouvir uma rádio digital com qualidade em regiões remotas, estradas e comunidades isoladas, apenas sintonizando e sem conexão, sem app, sem plano de dados.
All News ou Musical? Ambos!
Eu pessoalmente prefiro rádios que comentam as notícias, não apenas as repetem. Gosto do estilo direto de comentaristas como William Waack, que não suavizam falas para agradar partidos. Infelizmente, o jornalismo atual sofre com paixões cegas, de todas as cores. Há redes contaminadas por militâncias.
Um canal All News com esse perfil seria muito bem-vindo. Mas quanto mais emissoras chegarem, melhor e que haja espaço também para rádios musicais com a mesma qualidade técnica.
Um Nordeste que fala para o Brasil
Pense em uma emissora de Recife, com 25 kW ou mais, em DRM. Um canal que pense, analise, debata fora do eixo Rio-São Paulo. Um rádio nordestino, com som digital, sendo ouvido em todo o país. Com conteúdo forte, sem cópias, com voz própria.
O momento é agora
Estamos reabrindo o debate sobre qual será o padrão digital do rádio brasileiro. O DRM cobre AM, FM e ondas curtas, é o padrão mais amplo. Os radiodifusores nordestinos precisam se posicionar, ou corremos o risco de ver o país adotar um modelo caro, ineficiente e excludente.
Pergunta ao leitor Que programação você colocaria numa AM Digital em Recife captada de Natal até Maceió? |
Minha sugestão? Que criemos nossos próprios eventos no Nordeste: Recife, Fortaleza, Salvador, Natal, João Pessoa... E que os grandes grupos venham até nós e nos convençam, nos mostrem viabilidade. Chega de decisões tomadas em gabinetes do Sudeste, como há 15 anos, que nos excluíram do processo de digitalização.
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Por que simular essa Rádio AM DRM Recife?
Para mostrar como podemos trazer o rádio para o futuro agora, antes que percamos o bonde da tecnologia. O momento é competitivo, sim. Mas há espaço para inovar. Precisamos realizar eventos, promover testes, mostrar na prática como o DRM funciona. E também abrir espaço para o DAB e o HD Radio.
O HD Radio merece ser visto, mas não seguido
O HD Radio deve estar presente nas demonstrações. Mas, sinceramente, não é viável: é caro, ineficiente, proprietário e já foi testado no Brasil sem sucesso. Seu modelo híbrido trava a digitalização. Fica claro: precisamos fugir do modo híbrido.
Digital e analógico não devem estar na mesma frequência. Isso prejudica a recepção de ambos. A emissora deve manter seu sinal analógico em uma frequência e o digital em outra, distante. Só assim evitaremos sabotar, novamente, a evolução do rádio digital no Brasil.
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