Revolução econômica e liberalismo: Argentina e Paraguai viram alvo de dinheiro e morada para brasileiros
- Ricardo Gurgel

- há 2 dias
- 2 min de leitura
O Uruguai é conhecido pela qualidade de vida e apresenta índices excelentes. No entanto, apesar de muito bons em várias camadas, esses indicadores refletem um país com dinâmicas bastante lentas. Em muitas situações, a riqueza está concentrada em super condomínios, bairros e cidades de estrangeiros que parecem não circular pelas ruas e, em alguns casos, nem ocupar de fato as mansões que possuem. O comércio também parece sofrer com certo esvaziamento. Talvez esse seja um dos aspectos que você perceba ao visitar o Uruguai além de Montevideo.
Alta qualidade institucional, porém menos competitivo fiscalmente
ambiente institucional robusto,
segurança jurídica,
processos administrativos previsíveis,
excelente qualidade de vida.
Entretanto, não é tão competitivo quanto Paraguai e Argentina em termos fiscais:
impostos mais altos,
custos de vida e de operação elevados,
menor dinâmica de crescimento econômico.
Ainda assim, o país pode ser opção para brasileiros que priorizam estabilidade e qualidade institucional em vez de agressividade tributária.
Já o Paraguai é realmente uma surpresa. É um país com espírito libertário que ganhou ainda mais impulso quando houve maior avanço arrecadatório no Brasil. Possui estímulos de longo prazo, leis libertárias muito fortes e garantias raras em outros lugares. Muitas fábricas brasileiras tornaram-se paraguaias nos últimos anos, e o país vem consolidando um motor produtivo de forma impressionante. Com muito menos impostos e grande simplificação fiscal, é um país estruturado para atrair investimentos, não para afastar o capital.
O caso mais evidente de vantagem fiscal
O Paraguai já é, hoje, um dos principais destinos fiscais de empresas brasileiras. Entre os fatores que justificam isso:
Carga tributária significativamente menor do que a brasileira.
Leis pró-investimento, estáveis e previsíveis.
Regimes especiais de importação, industrialização e reexportação, extremamente atrativos para indústrias têxteis, metalúrgicas, alimentícias e de tecnologia leve.
Simplificação fiscal, com burocracia reduzida e processos rápidos.
Custos trabalhistas e operacionais mais baixos.
Como resultado, centenas de empresas brasileiras migraram parcial ou totalmente suas operações para o Paraguai na última década, buscando eficiência tributária e competitividade. Para pessoas físicas, o país também se destaca pelo custo de vida reduzido e pela possibilidade de planejamento patrimonial estruturado com menor carga fiscal.
A Argentina é um gigante que, até pouco tempo atrás, estava adormecido, mas vem despertando de forma acelerada. Muitas das mudanças seriam impensáveis há pouco tempo e, além de profundas, estão sendo implementadas com muita rapidez. Esse processo tende a recolocar o país como um gigante em razão de seu tamanho e de sua população.
Reformas aceleradas que podem gerar vantagens competitivas em breve
A Argentina passa por uma reformulação institucional profunda. A velocidade das mudanças abre espaço para:
reduções tributárias setoriais;
privatizações e abertura comercial;
eliminação de distorções fiscais e cambiais;
ambiente mais previsível para investimento estrangeiro.
Embora ainda esteja em transição, o país já começa a atrair brasileiros:
profissionais que buscam oportunidades em setores reabertos;
empresas que antecipam um ciclo de forte crescimento e querem entrar cedo;
investidores atraídos por ativos subavaliados e por reformas de cunho liberal.
Se a estabilização fiscal e a desregulamentação avançarem, a Argentina pode se tornar, em médio prazo, um dos ambientes fiscais mais competitivos do Cone Sul.
Esses países podem se tornar opções fiscais relevantes tanto para empresas brasileiras quanto para brasileiros em busca de ambientes regulatórios mais favoráveis. Cada um deles, porém, apresenta vantagens e limitações distintas dentro desse cenário.










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