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A RÁDIO TRANSAMÉRCIA RIO pode ser a RÁDIO FOX NEWS BRASIL?

Fox News e o Modelo de Rádio

A Rede Fox News, especialmente depois da vitória de Trump, deixou de ser apenas um canal de pensamento de direita americana e assumiu uma cara claramente trumpista. Nenhuma rede de rádio ou TV nos EUA é realmente neutra ou imparcial; escolher um lado significa, direta ou indiretamente, escolher ter mais ou menos audiência. Isso não implica que o lado com mais público seja intelectualmente mais honesto ou desonesto: trata-se apenas de estratégias de comunicação.

O fato é que a Fox News ocupa a maior fatia do mercado, e com larga vantagem. Para o público brasileiro, talvez soe estranho o quanto a Fox não hesita em explorar qualquer oportunidade, um recorte, uma declaração, uma opinião de concorrentes, para ridicularizá-los. Não há suavidade em sua linha editorial. É uma fórmula arriscada, sem dúvida, mas que funciona nos Estados Unidos.


O Caso da Transamérica

A Rede Transamérica já teve seu grande momento como gigante das FMs no Brasil, mas há algum tempo ocupa posições intermediárias, sem o mesmo destaque em São Paulo, sua sede. Em 2025, mudou de mãos e passou a ser controlada por um novo grupo. Houve especulações de que poderia se aproximar da CNN Brasil, especialmente em sua operação no Rio de Janeiro. Isso gerou grande expectativa no mercado.

Porém, recentemente surgiu atrito entre sócios da CNN, e um deles é justamente o novo poder dentro da Transamérica. Não parece ser da linha editorial desse controlador adotar um estilo Fox News no rádio. Ainda assim, se o novo comando optar por romper com o modelo de baixa audiência das rádios jornalísticas brasileiras — em geral alinhadas a um pensamento antimercado, e adotar um padrão mais pró-mercado, poderia superar até a Jovem Pan News.

Esse caminho lembraria mais a experiência bem-sucedida da Rádio Mitre, em Buenos Aires, ou da própria Fox nos EUA. Seria uma aposta em conquistar o público viciado em rádios all news, mas que rejeita as atuais linhas antimercado predominantes na mídia brasileira.


Fórmula Mitre

A fórmula da Rádio Mitre talvez seja ainda mais eficiente que a da Fox. Trata-se de um jornalismo all news pró-mercado, mas sem apoio incondicional a políticos. A emissora tem credibilidade para criticar falhas de governantes de esquerda e de direita, sempre em defesa do mercado. Essa capacidade crítica supera a Fox e transmite mais confiança ao ouvinte, que odeia ser manipulado por vieses políticos.

No Brasil, o público mais interessado em informação séria já consome conteúdos alternativos há algum tempo, justamente pela falta de opções entre as grandes redes. A entrada de um modelo editorial semelhante ao da Mitre poderia preencher esse vazio.


Comparativo Fox News

  1. Posicionamento com o mercado

    A Fox News é percebida como pró-mercado, mas muitas vezes se deixa contaminar por paixões políticas desnecessárias.

  2. Estilo de Cobertura e Tom

    Adota tom assertivo e confrontacional, com apresentadores de opiniões fortes e linguagem direta, apelando à emoção.

  3. Tratamento de Controvérsias

    Age de forma agressiva, vista por defensores como coragem para desafiar o establishment. Concorrentes, mais cautelosos, acabam acusados de proteger elites.

  4. Audiência e Impacto Cultural

    É a emissora de notícias a cabo mais assistida há anos, com forte fidelidade doméstica, enquanto concorrentes têm maior presença internacional e acadêmica.

  5. Uso de Narrativas

    Recorre à retórica de “povo versus elite”, o que ressoa com quem se sente marginalizado pelo establishment.

  6. Números

    Em 2025, a Fox News ampliou sua liderança. Em maio, cresceu 23% em horário nobre (2,46 milhões de espectadores), enquanto MSNBC e CNN caíram 24% e 18%. Seu programa mais assistido, The Five, alcançou 3,77 milhões. Durante a semana de 26 a 30 de maio, superou até ABC, NBC e CBS no horário nobre.


Impacto de uma “Fox News Brasileira”

  • Ruptura do consenso midiático: ofereceria uma alternativa clara ao tom homogêneo e institucional da imprensa nacional.

  • Reação do establishment: políticos e grandes grupos reagiriam com hostilidade, mas isso poderia fortalecer a emissora como “voz independente”.

  • Redistribuição de audiência: atrairia público que hoje consome podcasts, YouTube e redes sociais por falta de alternativa profissional.

  • Aumento da polarização: daria voz a temas omitidos pela grande mídia, intensificando o debate público.

  • Transformação do jornalismo televisivo: com painéis opinativos, editorialização assumida e apresentadores ideológicos, revitalizaria o espaço de debate na TV a cabo.


 No Brasil, as redes All News afugentam seu próprio público-alvo

O Brasil está muito mal servido de emissoras all news, tanto na TV quanto no rádio. Essa é uma conclusão absolutamente óbvia. O público que realmente consome esse tipo de conteúdo costuma ter inclinações mais racionais e objetivas, com interesse em finanças e economia, além de possuir filtros eficientes para identificar o caos provocado por medidas populistas. Justamente esses filtros, de crítica e discernimento, são pouco presentes no jornalismo brasileiro, que em sua maioria não prioriza essa abordagem.

A Fox traria um contraponto brutal ao jornalismo brasileiro, mas ainda assim não seria plenamente satisfatória. Sua postura, embora direta, não é sempre intelectualmente honesta, pois muitas vezes cai na mesma armadilha que critica: a obsessão em defender aliados políticos e atacar, de forma incondicional, os contrários.

Já a linha da Mitre é a que realmente atende às expectativas de um público exigente. Não se trata apenas de ser o oposto político das demais emissoras brasileiras; trata-se de manter consistência e independência, sem bajulação a políticos e sem defesa cega de alinhados. Essa é a diferença fundamental.


Eu bateria o martelo pela MITRE

Eu não teria dúvidas: se tivesse que escolher montar uma emissora ou criar uma rede de notícias no rádio, jamais apostaria em uma linha antimercado. O público que acompanha rádios all news é, em mais de 90%, favorável à redução do Estado, à liberdade de mercado e à diminuição de impostos.

Entre os formatos Fox News e Mitre, não há qualquer dúvida: o modelo da Mitre é intelectualmente mais honesto. E é exatamente isso que esse público busca, ouvir a verdade. Não quer torcida ideológica, nem uma emissora que sonhe em converter o país a modelos econômicos keynesianos.

A Argentina, nesse sentido, deve se orgulhar de ter uma rede de rádios como a Mitre, que combina credibilidade, espírito crítico e defesa clara do mercado.


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