O que esperar após a IBC 2025
- Ricardo Gurgel

- 17 de set.
- 3 min de leitura
Na fórmula para fazer projeções, existem ingredientes infalíveis que se tornam evidentes em um evento como a IBC, que é uma verdadeira “reunião de reuniões”, uma colisão de elementos que podem gerar combinações diversas e criar compostos inimagináveis. É inevitável que surjam choques de universos e novas estrelas. Esse é, no mínimo, o cenário que podemos prever de um encontro massivo que reúne fisicamente mentes focadas em comunicação e suas tecnologias.
O contato entre pessoas de diferentes capacidades e níveis em suas empresas é o que dá vida ao evento. Uma simples troca de e-mails, uma conversa imprevista que se alonga, pode se transformar em uma agenda de discussões capazes de gerar novos negócios, ganhos, uniões de tecnologias ou abordagens distintas. A importância de um “happy hour” como esse talvez esteja justamente em acelerar decisões que, em condições normais, demorariam anos.
Chamo de happy hour porque, sejamos sinceros, quem trabalha com rádio ama falar de rádio mesmo quando sai do expediente. Embora a IBC vá muito além do rádio e da TV, para quem é do rádio digital a experiência é quase como trabalhar na Disney e, nas férias, visitar novamente a Disney. Quando se é apaixonado pelo que se faz, trabalhar é quase como se divertir, mesmo com pressões, prazos, estresses e desilusões.
Uma convenção como a IBC funciona como um “cafezinho de luxo”: uma oportunidade para conversar com amigos, trocar ideias e ter grandes insights. O networking fervilha a cada sala e estande visitado. Muitas vezes, um bate-papo com um desconhecido pode revelar algo que se conecta perfeitamente a um projeto em andamento. O objetivo principal da convenção é justamente esse: catalisar trocas, acelerar alianças e desenvolver projetos que, fora dali, levariam anos para amadurecer.
Até mesmo autoridades e dirigentes que, em outras circunstâncias, jamais teriam tempo ou interesse de olhar para o rádio digital, podem ser seduzidos pelo ambiente da feira. Um ministro das comunicações, por exemplo, pode chegar sem qualquer agenda prévia e, em poucas horas, ver demonstrações de HD Radio, DAB+ e DRM lado a lado, num contexto aberto e dinâmico, muito diferente de uma reunião protocolar e apressada em gabinete. Só uma experiência como a IBC é capaz de mostrar a grandeza e a relevância desse setor, e despertar a visão de que ali está uma oportunidade para transformar a comunicação de um país.
E é importante dizer: em 2025, não se fala apenas de rádio e TV. O evento é palco de tendências que marcam a próxima década — inteligência artificial aplicada à mídia, sustentabilidade energética, experiências imersivas, integração com carros conectados e novos modelos híbridos de distribuição de conteúdo. Tudo isso compõe o mesmo caldeirão em que o rádio digital, muitas vezes visto como tradicional, se coloca como peça-chave para a conectividade global. É na IBC que se percebe que o rádio não é passado, mas presente e futuro, em plena convivência com o streaming e os serviços digitais.
Da mesma forma, empresários atentos, que misturam paixão com senso de oportunidade, podem em poucos dias ouvir, ver e descobrir contatos e negócios que em nenhum outro momento do ano conseguiriam. A convenção é, em essência, uma grande cozinha onde ingredientes diversos fervem em várias panelas ao mesmo tempo, criando novas receitas e oferecendo ao mundo da comunicação cardápios sempre renovados.
Ai, como lamento não estar na IBC 2025. Nem quero imaginar a quantidade de conteúdo que poderia produzir dali. Mas tenho convicção em uma certeza: a IBC não é apenas uma vitrine de tecnologia, mas um verdadeiro acelerador de futuro — um espaço onde o rádio e a comunicação global encontram novos caminhos para permanecer centrais no século XXI.












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