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Análises feitas por rádios locais sobre a atual situação das tensões no Caribe

Inspirar insurgências que retirem Maduro do poder sem a necessidade de contato direto com tropas americanas, esse é o objetivo dos EUA na chamada guerra psicológica: atingir o comando sem disparar diretamente. Essa é uma das projeções consideradas mais realistas por emissoras caribenhas, que estão mais próximas do movimento americano. De todo modo, os Estados Unidos não hesitariam em abrir fogo contra embarcações ou aeronaves suspeitas de tentar ultrapassar o bloqueio. A dificuldade maior para uma traição efetiva contra Maduro está no sistema de ditadura que ele consolidou com apoio dos militares. Estes são altamente beneficiados pelo modelo vigente, acumulando ganhos financeiros, o que faz da queda de Maduro também a ameaça de suas próprias quedas.

As rádios da região ampliaram os debates sobre o tema, um sinal de que realmente podem ocorrer movimentos práticos. Já as emissoras venezuelanas, pelo risco de análises independentes, em sua maioria seguem o roteiro oficial do governo. Não considero Maduro um grande estrategista nesse campo: a impressão é de que existe uma junta ajustando tanto o discurso quanto as ações. Frente aos americanos, porém, a propaganda e os exercícios militares parecem infantis, para usar um termo mais suave do que “ridículos e frágeis”.

Não tenho admiração pelo método Trump: ele age por interesses próprios, não pelo “bem do mundo”. Se a queda de Maduro ocorrer por suas ações, ela terá acontecido pela forte influência de Marco Rubio, que também não é um senhor da paz na terra, o efeito colateral poderia abrir espaço para Edmundo González ou María Corina Machado, únicos com alguma legitimidade para assumir o país. Para os EUA, a troca traria ganhos diretos: retomada do consumo do petróleo venezuelano, redução da presença chinesa, reposicionamento estratégico do fluxo da maior reserva mundial de petróleo. A Guiana já sente alívio imediato com a presença americana.

Em geral, as rádios tendem a destacar as tropas no Caribe como fator de intimidação brutal para Maduro, que nunca se sentiu tão ameaçado. Sua postura começa a revelar a típica covardia de ditadores, com disposição para uma fuga confortável, opção que talvez não exista desta vez.

Estratégia informativa para os ouvidos: as rádios venezuelanas, mesmo limitadas, revelam nas entrelinhas sinais de caos interno, seja por pedidos de acordos, apelos à lealdade das tropas ou discursos de conciliação. Já as rádios das ilhas caribenhas oferecem testemunhos próximos do movimento militar, enquanto as emissoras colombianas trazem análises mais lúcidas. Se as rádios da Guiana ousarem uma postura mais firme, será sinal de que a situação de Maduro realmente se deteriorou. Ainda assim, não é certo que isso resulte em sua queda, como também não ocorreu no Irã. A Venezuela tem milhões de habitantes, mas nenhum poder armado real contra o regime. Maduro desarmou a população e fortaleceu suas milícias. Infelizmente, parte da América Latina ainda vive sob ditaduras patéticas e brutais, enquanto outros países mantêm formas “suaves” de controle social, que conseguem se disfarçar de democracias livres e, assim, seguem intocáveis.

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