O Brasil vai estudar o DAB+ no IBC 2025 em Amsterdã, com apoio de associações e da indústria do rádio
- Ricardo Gurgel

- 8 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de set.
A Associação Mineira de Rádio e Televisão (AMIRT), a Associação de Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco, empresas de streaming e geradoras de conteúdo de rádio financiarão a ida de representantes brasileiros ao International Broadcasting Convention (IBC) 2025, em Amsterdã, com foco no estudo do DAB+, o padrão de rádio digital mais utilizado na Europa.
O DAB+ começa a ganhar mais atenção no Brasil pela forma direta e agressiva com que avança em outros países, sem depender de soluções híbridas. O que antes era visto como desvantagem localmente, hoje é melhor compreendido. Lembro dos muitos alertas feitos à época: o rádio híbrido não era a melhor solução para a migração do analógico para o digital.
Esse movimento é um dos sinais mais claros de que finalmente o próprio rádio brasileiro busca uma alternativa digital, após anos sem direção clara e com o debate arrefecido depois da primeira leva de testes, estes, realizados há mais de dez anos, mas que acabaram abandonados.
Não é um gesto pequeno. O interesse pelo DAB+ chega a ser uma surpresa, já que esse padrão nunca despertou tanto entusiasmo no Brasil como o HD Radio e o DRM. No entanto, é inegável que a força do DAB+ ao não abrir espaço para sistemas híbridos nem para modelos IBOC, o torna mais incisivo. E vejam: há disposição dos brasileiros em compreender o que é esse tal de DAB+.
O Brasil se aproximar do DAB+ pode ser um alerta para os outros padrões: é necessário melhorar imediatamente a comunicação, trazer palestras, contatos e esclarecimentos diretos com interlocutores locais. Caso contrário, o rádio nacional pode ceder ao charme de um DAB+ que, no início dos anos 2000, praticamente ignorava o país.
Participar do IBC 2025 não significa que o DAB+ já seja o escolhido, mas certamente mostra uma abertura para um “namoro”. Esse padrão se apresenta de forma agressiva, oferecendo aos seus adeptos diversos modelos de monetização. Não é um sistema que pede favores, mas que avança como um verdadeiro ecossistema de negócios, disposto a substituir o rádio analógico com uma proposta clara: “vamos mudar, vamos fazer dinheiro”.











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