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Milei: Eleições provinciais em Buenos Aires (07/09/2025)

As inacreditáveis falhas de conduta de aliados e o complicado manejo com o Congresso atrapalharam o que poderia ter sido uma vitória fácil para o partido do presidente Javier Milei. É impressionante como vitórias claras acabam se transformando em derrotas provocadas por deslizes bobos do próprio Milei e por comprar brigas gratuitas, somadas a sérias suspeitas de conduta de pessoas próximas ao presidente, exigem correção imediata , ou ocorrerá o retorno triunfante do chavismo argentino que conhecemos como peronismo. Assim se configuram as eleições provinciais em Buenos Aires, que funcionam como uma espécie de pesquisa eleitoral sobre a aprovação do presidente na maior e mais importante província da Argentina.

O que se vê é preocupante: falhas bobas estão colocando em risco o país, abrindo espaço novamente para forças políticas que defendem linhas econômicas semelhantes às que levaram a Venezuela ao colapso. Falta educação às massas, que continuam se apegando a esmolas e favores governamentais, em vez de apoiarem transformações capazes de gerar uma verdadeira saída da miséria.

Uma das maiores pedras no caminho foi a suspeita de desvio de conduta da irmã do presidente. Essa foi, sem dúvida, a “bala de maior impacto” contra a Liberdade Avança nestas eleições. O tema ganhou repercussão justamente quando a imprensa brasileira havia deixado de falar sobre a Argentina — pois o país mostrava sinais de recuperação econômica. Agora, com tropeços políticos e ruídos de conduta, a Argentina volta ao noticiário brasileiro, sempre pelo viés negativo para Milei. Os mesmos canais que ignoraram a redução da pobreza e da inflação preferem destacar crises, escondendo qualquer dado positivo que pudesse mostrar a liberdade econômica e a redução do Estado como alternativas de desenvolvimento.

Outro complicador é o “fator Trump”. É preciso ser claro: Donald Trump diverge profundamente da linha econômica de Milei. Para ser ainda mais direto, Trump não tem o mesmo nível de entendimento econômico que Milei demonstra. Porém, Milei não pode criticá-lo abertamente, sob pena de criar imensas dificuldades nos acordos comerciais. A Argentina, ainda frágil depois de décadas de caos, não pode se dar ao luxo de multiplicar inimigos.

Além disso, Milei precisa avaliar sua própria postura político-emocional. Seus impulsos, frequentemente transformados em gritos e xingamentos por motivos banais, apenas servem para conquistar adversários gratuitos. Quantos votos contrários o presidente já não conquistou apenas por ser rude com parlamentares que poderiam ser trazidos para o diálogo? Bastaria um pouco de atenção presidencial, um mínimo de prestígio, para garantir apoio de setores moderados que hoje poderiam estar dando estabilidade ao governo.

Complicar-se de graça é o maior erro. Espera-se que o peronismo não retorne com tintas de chavismo, mas, para isso, Milei precisa fazer uma autocrítica, corrigir o assessoramento falho e aprender a conviver com uma oposição moderada. Nem toda divergência é inimiga. Muitas vezes, trata-se apenas de incompreensão dos novos caminhos propostos. E cabe ao presidente mostrar, pelo diálogo, como uma economia liberal pode levar a Argentina a patamares que hoje o Brasil nem consegue sonhar em alcançar.

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