I Will Turn My Ears to Venezuelan Radios, Listening More to the Subtle Undercurrents than to the Official News, and to the Strange Movements in the Caribbean
- Ricardo Gurgel
- 16 de ago.
- 7 min de leitura
There are serious and large-scale military movements in the Caribbean, encircling key countries. It may sound like a pun on the former president, but I assure you it was pure coincidence. Venezuela, among others, now faces a direct threat. Beyond verbal warnings, troops have been deployed to regions unaccustomed to such presence. All of this came right after Trump’s strong words against Maduro. What once looked like bluffing now appears to be an imminent show of force. This opens the chance to test the role of radio stations and to observe how they will behave in this climate of threat.
I am not a news portal, nor do I have the slightest desire to be mistaken for one. I will not provide troop numbers, aircraft counts, or naval deployments — that is a task for those with journalistic patience, which is not my focus. My goal is to analyze how radio stations act as generators of information: how they will respond inside Venezuela, in neighboring countries, and even in Brazilian stations with their very transparent, not-at-all-neutral biases.
This week, I plan to start listening during the night and, occasionally, while driving, to Venezuelan broadcasters. As I have already mentioned, it makes no sense to take their statements as absolute truths, given the country’s long-standing information control. Yet reality always finds a way to slip through indirectly: in tone of voice, in the framing of attacks and support, in the way difficulties are exposed, or in appeals and attempts at dialogue that sometimes surface even in controlled news reports.
For less censored perspectives, I will also monitor Colombian border stations, as well as Caribbean and Guyanese radio. It will be worthwhile to extract signals from this salad of biases: some heavily censored, others shaped by passionate supporters. In every case, propaganda disguised as news will have to be carefully filtered.
I recall a phrase often said in Northeastern Brazil: “tomorrow anything can happen, including nothing.” That is the mindset with which I approach this scenario. There is no way to predict whether changes will reach Venezuela through force, direct or indirect intimidation — or at all. Nor is it possible to foresee whether this will take days, months, or years. Fast-resolving conflicts are rare in today’s world.
Trump takes great risks by making moves that, even if successful, will not shield him from accountability once he leaves the presidency. Stacks of lawsuits already await him; today he is untouchable, but tomorrow, out of office, he may face torment. Still, throughout his administration, he will no doubt build a strong personal defense.
The fact remains: the world never ceases to surprise. We live in the chaos of a war that should never have started, and we can only hope it ends soon. Better yet would be the end of all wars — but that is a dream, and dreams are the least tangible thing in today’s reality. The moment is harsh, with no room for smooth diplomatic gestures.
The world is more unpredictable than ever. Today, among those holding power, we have Putin and, once again, Trump — now stronger, more determined, and less willing to negotiate, leaning instead toward imposing his will. Trump, who rarely looked beyond Mexico, has already begun his new administration with provocative gestures, such as the attempt to rename the Gulf, and in recent days has sent harsh messages to the Venezuelan “government.” He shows real determination to capture it in some way, even if that means labeling it under an arrest warrant. No, I definitely do not see Trump as the “lord of world justice.” Far from it. The world must understand that in many conflicts there is not a right side and a wrong side; sometimes there is only a wrong side and a worse one.
My focus will be on observing the role of radio in this tense process, which will certainly be interesting.
Initial Radio Landscape
(I will not exclude musical or religious stations, since even labels can shift function in times like these.)
Station / Network | Type/Format | Reach and relevance |
Unión Radio Noticias | News and information | Widely listened to news network in Caracas |
Onda 107.9 | Adult Contemporary | Informative, part of the powerful Unión Radio network |
La Mega 107.3 | Youth, Pop/Rock, Urban | Strong youth appeal, main signal in Caracas |
La Romántica 88.9 FM | Romantic/Opinion | Significant presence in Caracas |
Fiesta 106.5 FM | Salsa and Latin Music | Popular, culturally relevant programming |
Candela Pura / Hot / RQ | Music and Sports | Diverse genres and sports coverage |
Éxitos 99.9 FM | Popular Hits | High audience, varied music |
Radio Rumbos 670 AM | Traditional AM | Historic presence and loyal audience |
Unión Radio 90.3 FM | News/Entertainment | Emerging, recognized within Unión Radio group |
Fiesta Latina / Sabrosa | Salsa and Latin | Prominent genre-focused stations |
There is no real possibility of Venezuelan resistance against a U.S. military action if its government is officially labeled illegitimate and invasion is framed as a “police operation.” In such a case, immediate recognition would go to Edmundo González as president and María Corina as vice president, and I truly believe she would eventually assume the presidency.

My original text in Portuguese/ Meu texto original em português
Vou direcionar meus ouvidos para as rádios da Venezuela, atento às notícias subjacentes mais do que às oficiais, e aos movimentos estranhos no Caribe
Há sérios e volumosos movimentos militares no Caribe cercando países-chave. Parece trocadilho com o ex-presidente, mas garanto que foi obra do acaso. Entre os países diretamente ameaçados está a Venezuela, cujo governo enfrenta agora algo muito além da ameaça verbal: tropas foram destacadas para regiões pouco acostumadas com tamanha presença militar. E tudo isso ocorre logo após declarações fortes de Trump contra Maduro. O que antes soava como blefe, agora ganha contornos de efetividade iminente. Surge então a oportunidade de testar o papel das rádios e observar como elas se portarão nesta situação de ameaça.
Não sou portal de notícias, tampouco me interessa ser confundido com um. Não pretendo detalhar números de tropas, aviões ou navios, esse é um exercício para quem tem paciência jornalística com dados que não fazem parte do meu foco. Meu objetivo é acompanhar a atuação das rádios como geradoras de informação: entender como elas vão reagir dentro da Venezuela, nos países vizinhos, e também nas rádios brasileiras, cujos vieses estão longe de ser misteriosos ou neutros.
Nesta semana, pretendo iniciar audições durante a noite e, eventualmente, no trajeto de carro, sintonizando emissoras venezuelanas. Como já comentei, não faria sentido tomar como verdades absolutas suas falas, pois o país vive sob forte controle informativo há muito tempo. Ainda assim, a realidade sempre escapa por vias indiretas: no tom de voz, no direcionamento dos ataques e apoios, na forma de expor dificuldades, ou em súplicas e tentativas de diálogo que, vez ou outra, aparecem mesmo em noticiários controlados.
Para buscar informações menos censuradas, também acompanharei emissoras colombianas da fronteira, além de rádios do Caribe e das Guianas. Será válido tentar extrair dados dessa salada de vieses: alguns excessivamente censurados, outros feitos por torcedores apaixonados. Em todos os casos, será preciso filtrar propagandas travestidas de notícias.
Lembro aqui de uma frase muito cantada no Nordeste do Brasil: “amanhã pode acontecer de tudo, inclusive nada”. É nesse espírito que encaro o cenário. Não há como prever se mudanças chegarão à Venezuela pela força, intimidação direta ou indireta — ou sequer se chegarão. Também não é possível determinar se isso levará dias, meses ou anos. Conflitos de rápida resolução não são comuns no mundo.
Trump arrisca muito ao movimentar peças que, mesmo que bem-sucedidas, não o livrarão de responder por seus atos após deixar a presidência. Pilhas de processos já o aguardam; hoje intocável, mas amanhã, fora do cargo, poderá enfrentar tormentos. Ainda assim, ao longo de sua administração, certamente investirá na construção de uma defesa poderosa.
O fato é que o mundo nunca deixa de surpreender. Vivemos o caos de uma guerra que jamais deveria ter começado, e só nos resta torcer para que acabe logo. Melhor ainda seria o fim de todos os conflitos, mas isso é sonho — e sonhos são justamente o que menos se concretizam no mundo atual. O momento é de dureza, sem espaço para movimentos suaves, nem mesmo na diplomacia.
O mundo está mais imprevisível do que nunca. Hoje, entre os que detêm o poder, temos Putin e, novamente, Trump, agora mais forte, decidido e menos disposto a negociar, tendendo muito mais a impor sua vontade. Trump, que raramente voltou seus olhos além do México, já iniciou sua nova administração com gestos provocativos, como a tentativa de renomear o Golfo, e, nos últimos dias, enviou recados duros ao “governo” venezuelano. Demonstra real disposição de, de alguma forma, capturá-lo, mesmo que para isso use o rótulo de prisão. Não, definitivamente não considero Trump o “senhor da justiça mundial”. Está bem longe disso. O mundo precisa compreender que, em muitos conflitos, não há um lado certo e outro errado; às vezes, há apenas um lado errado e outro erradíssimo.
Meu foco será observar o papel das rádios nesse processo tenso, o que certamente será interessante.
Levantamento inicial de rádios relevantes
(Não excluo rádios musicais ou religiosas, pois em situações como esta até etiquetas podem mudar de função.)
Emissora / Circuito | Tipo/Formato | Alcance e relevância |
Unión Radio Noticias | Notícias e informação | Rede de notícias amplamente ouvida em Caracas |
Onda 107.9 | Adulto contemporâneo | Informativo, parte do poderoso circuito Unión Radio |
La Mega 107.3 | Jovens, Pop/Rock, Urbano | Forte apelo jovem, sinal matriz em Caracas |
La Romántica 88.9 FM | Românticas/Opinião | Presença significativa em Caracas |
Fiesta 106.5 FM | Salsa e música latina | Popular, culturalmente relevante |
Candela Pura / Hot / RQ | Música e esportes | Diversidade de gêneros e cobertura esportiva |
Éxitos 99.9 FM | Hits populares | Alta audiência, música variada |
Radio Rumbos 670 AM | AM tradicional | Presença histórica e público fiel |
Unión Radio 90.3 FM | Notícias/entretenimento | Emergente, reconhecida no grupo Unión Radio |
Fiesta Latina / Sabrosa | Salsa e latino | Destaques de gênero específico |
Não há condições de uma resistência venezuelana frente a uma possível ação militar americana caso o governo seja rotulado como ilegítimo e se force uma invasão sob o argumento de operação “policial”. O reconhecimento imediato seria do presidente Edmundo González, com María Corina como vice, e acredito que, na prática, ela acabaria assumindo.
Comentários