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Evento sobre rádio e TV no Brasil ignora o rádio digital, mas destaca a nova versão da TV digital

Atualizado: 1 de set.

Nenhum dos grandes grupos desenvolvedores do rádio digital no mundo terá voz em um dos principais eventos sobre rádio e TV no Brasil. Apesar da pauta incluir a evolução da TV digital, o rádio digital segue totalmente ausente.

Pelo contato que tenho com radiodifusores, posso afirmar que o tema não é sequer minimamente dominado no país. Mesmo técnicos de emissoras demonstram grande distanciamento. Isso é grave: encontros como o da Asserpe representam raras oportunidades de reunir o ecossistema do rádio brasileiro presencialmente. O polo nordestino, um dos mais populosos do país, estará presente, mas sem discutir o que deveria ser o ponto central da transformação do setor.

A programação foca em inovação, inteligência artificial, relevância do rádio e da TV e soluções para o futuro. No entanto, paradoxalmente, ignora justamente o processo de digitalização, a única saída concreta para que o rádio possa resistir ao impacto da internet e de outras mídias digitais.

Repetem-se, ano após ano, discussões sem conclusão, enquanto a questão que realmente diferenciaria o setor, o impacto do rádio digital, permanece negligenciada.

Grande parte dos radiodifusores brasileiros não tem a mínima noção do que significa rádio digital. Essa falta de conhecimento gera medo da transformação, mesmo diante de dificuldades crescentes para competir com plataformas digitais. A tendência é que a situação piore, e a ausência de uma presença efetiva dos padrões de rádio digital no Brasil só reforça esse atraso.

Tenho que ser claro: o Brasil não é um país que costuma acompanhar de perto os movimentos do setor. Para conquistar espaço aqui, é indispensável que os padrões de rádio digital invistam em penetrar nas rodas de conversa de quem realmente faz a radiodifusão.

Não se trata de um mercado que irá, espontaneamente, correr atrás do rádio digital, principalmente após a tentativa fracassada de introdução no início dos anos 2000.

Aquela experiência deixou um verdadeiro trauma. Poucas emissoras chegaram a testar, mas o caos da fase híbrida de transmissão assustou os radiodifusores. Hoje, esse problema estaria superado, já que a introdução do rádio digital poderia começar justamente pela faixa de AM, praticamente desocupada no país e pronta para ser revitalizada.


Sem culpa

Eu nem culpo os organizadores do evento pela não inclusão da agenda do rádio digital. Eles estruturaram o corpo do evento com base em demandas identificadas pelos próprios radiodifusores do círculo, que naturalmente, assim como no resto do país, estão bastante distantes desse debate. Colocar os padrões de rádio digital na pauta seria, inclusive, uma surpresa muito positiva e inesperada, certamente uma grande surpresa.


Temos tempo!

Vejo que ainda há tempo hábil para que a agenda do rádio digital seja incluída e, inclusive, com chances reais de se tornar a principal estrela do evento. Isso poderia marcar definitivamente um ponto de inflexão em um tema que, se fosse melhor compreendido pelo setor, certamente seria fortemente abraçado.

Não é preciso repetir: os padrões internacionais terão que dar o primeiro passo e se aproximar do setor brasileiro. Será necessário atuar diplomaticamente e, inevitavelmente, a indústria interessada terá que investir na criação de canais permanentes de comunicação com os radiodifusores no país.

O aviso está dado: ainda há tempo para que o assunto seja incluído e valorizado no evento. Repito, o rádio digital pode, sim, se tornar a grande estrela deste encontro com a indústria local.


O Evento

Encontro Asserpe 2025 – Rádio e TV na Era 4.0

30 e 31 de outubro de 2025

Recife Expo Center, Recife (PE)

Principais temas

  • Inovação tecnológica e inteligência artificial aplicadas à radiodifusão.

  • Relevância do rádio e da TV diante das redes sociais e novas plataformas.

  • Jornalismo na era da polarização política, com foco em cobertura imparcial.

  • TV 3.0 no Nordeste e os impactos das mudanças tecnológicas e de investimentos.

  • Mercado publicitário e radiodifusão regional, explorando oportunidades de negócios.

  • Futuro do rádio esportivo em meio às novas tendências de consumo.

Atividades confirmadas

  • Congresso: painéis sobre inovação, IA, jornalismo e mercado.

  • Workshops: destaque para a Blackmagic Week, com oficinas de captação, edição e correção de cores no DaVinci Resolve, além de demonstrações da linha ATEM.

  • Exposição tecnológica: apresentação de soluções e novos produtos por empresas do setor.

Relevância

O Encontro Asserpe 2025 reforça o compromisso da entidade com a inovação e o desenvolvimento da mídia no Nordeste. Mas a ausência do debate sobre rádio digital expõe uma lacuna estratégica que pode comprometer o futuro do setor, deixando o rádio brasileiro ainda mais vulnerável em um ambiente cada vez mais dominado por plataformas digitais.



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