Psicodiagnóstico: Simulação com Sheldon Cooper

Ricardo Gurgel
2 de jun.
10 min de leitura

Atualizado: 27 de nov.

Apresentamos aqui uma instigante simulação da aplicação do AQ ao genial Sheldon Cooper, um personagem fascinante para estudantes de Psicologia. Através da ficção, temos o privilégio de observar como ele "responde" a todo o teste por meio dos ricos episódios da série The Big Bang Theory. É impossível não reconhecer o valor dessa primorosa atuação, que tanto contribui para a compreensão de traços e comportamentos complexos.

É importante reforçar: trata-se de uma representação ficcional. Não se trata de rótulo, diagnóstico, problema ou determinação. É, acima de tudo, uma contribuição valiosa que o personagem oferece ao estudo da Psicologia em qualquer faculdade do mundo.

Aplicação do Teste QA (Simulação Ficcional para Fins Didáticos)

O instrumento Quociente do Espectro do Autismo: Adultos (QA) avalia diferentes aspectos do comportamento e das reações de um indivíduo por meio de uma ampla gama de questões. Com base nas respostas fornecidas pelo personagem fictício Sheldon Cooper, da série The Big Bang Theory, é possível analisar traços relacionados ao espectro autista e calcular sua pontuação no QA. Abaixo, apresentamos as 50 questões propostas, acompanhadas das respostas de Sheldon e das justificativas baseadas em seu comportamento na série.

Perguntas e Respostas

Prefiro fazer coisas com outras pessoas do que sozinho(a).
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon prefere atividades solitárias, como trabalhar em seus projetos científicos, e frequentemente evita interações sociais desnecessárias.
Prefiro fazer as coisas sempre da mesma maneira.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon é obcecado por rotinas, como comer alimentos específicos em dias certos ou manter seu "lugar" no sofá.
Quando tento imaginar uma coisa, tenho muita facilidade em criar uma imagem na minha mente.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sua mente altamente analítica e científica sugere grande capacidade de visualização mental, como quando resolve problemas teóricos.
Com frequência fico tão absorvido(a) com uma coisa que esqueço todo o resto.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon frequentemente se perde em seus projetos ou interesses, ignorando o mundo ao seu redor.
Frequentemente noto pequenos ruídos que outras pessoas não ouvem.
Resposta: b) Concordo ligeiramente
Justificativa: Embora Sheldon seja atento a detalhes, não há evidências frequentes de que ele note ruídos específicos, mas sua natureza observadora sugere que isso pode ocorrer ocasionalmente.
Costumo prestar atenção aos números das placas dos automóveis ou a outras sequências de informação do mesmo tipo.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon é fascinado por padrões e números, como sua memorização de dados científicos ou sequências.
As outras pessoas com frequência me dizem que falei algo indelicado, apesar de eu achar que fui delicado(a).
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon frequentemente ofende sem perceber, acreditando que está sendo lógico ou educado.
Quando leio uma história, consigo imaginar facilmente a aparência dos personagens.
Resposta: b) Concordo ligeiramente
Justificativa: Embora Sheldon tenha uma mente visual, ele não é particularmente inclinado à ficção, o que pode limitar essa habilidade.
Sou fascinado por datas.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon memoriza datas históricas e científicas com facilidade e demonstra interesse por elas.
Quando estou em grupo, tenho facilidade em seguir várias conversas ao mesmo tempo.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon tem dificuldade em interações sociais e frequentemente se perde em conversas grupais.
Tenho facilidade em compreender situações sociais.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon é notoriamente incapaz de entender nuances sociais, como sarcasmo ou emoções alheias.
Tenho tendência a notar detalhes que os outros não reparam.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sua atenção aos detalhes é uma característica marcante, como notar pequenas inconsistências.
Prefiro ir a uma biblioteca do que a uma festa.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon prefere ambientes intelectuais e tranquilos, como bibliotecas, a eventos sociais.
Tenho facilidade em inventar histórias.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon não demonstra interesse ou habilidade em criar narrativas ficcionais, preferindo fatos.
Tenho maior tendência a me aproximar de pessoas do que de coisas.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon é mais ligado a objetos e ideias (como sua pesquisa) do que a relações interpessoais.
Tenho tendência a ter interesses fortes e fico incomodado(a) se não posso me dedicar a eles.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Seus interesses, como física teórica e quadrinhos, são intensos, e ele fica frustrado se interrompido.
Gosto de bater papo.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon evita conversas casuais e prefere discussões intelectuais específicas.
Quando estou falando, as outras pessoas têm dificuldade em tomar a palavra.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon frequentemente monopoliza conversas com monólogos longos e detalhados.
Os números me fascinam.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Como físico teórico, números e equações são centrais em sua vida.
Quando leio uma história, sinto dificuldade em entender as intenções dos personagens.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon tem dificuldade em captar intenções emocionais, mesmo em narrativas.
Não aprecio ler livros de ficção.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Ele prefere textos científicos ou quadrinhos a romances ou ficção tradicional.
Tenho dificuldade em fazer novos amigos.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon luta para formar conexões sociais e tem poucos amigos próximos.
Vejo constantemente padrões nas coisas que me rodeiam.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sua mente analítica está sempre identificando padrões e estruturas.
Prefiro ir ao teatro do que ir a um museu.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon prefere museus, especialmente os científicos, a eventos artísticos como teatro.
Não fico incomodado(a) se minha rotina diária for alterada.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Mudanças na rotina, como alterar seu horário de refeições, o perturbam profundamente.
Com frequência sinto que não sei manter uma conversa.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon frequentemente não sabe como conduzir conversas sociais normais.
Tenho facilidade em “ler nas entrelinhas” quando falam comigo.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Ele não capta subtextos ou intenções implícitas nas conversas.
Geralmente me concentro mais no todo do que nos detalhes.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon é obcecado por detalhes, não pelo quadro geral.
Não sou muito bom/boa em lembrar números de telefone.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sua memória eidética sugere que ele lembra números facilmente.
Geralmente não reparo nas pequenas mudanças de uma situação ou na aparência de uma pessoa.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon nota pequenas mudanças, como alterações no ambiente ou em objetos.
Consigo dizer quando a pessoa com quem estou conversando fica entediada.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Ele não percebe sinais sociais, como tédio, nas interações.
Consigo facilmente fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo.
Resposta: b) Concordo ligeiramente
Justificativa: Embora sua mente seja brilhante, ele prefere focar intensamente em uma tarefa.
Quando falo no telefone, não tenho a certeza quando é a minha vez de falar.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon tem dificuldade em entender pausas e turnos em conversas.
Gosto de fazer as coisas de forma espontânea.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Ele odeia espontaneidade e prefere planejamento rígido.
Com frequência sou o(a) último(a) que entende uma piada.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon frequentemente não entende humor, especialmente sarcasmo.
Tenho facilidade em entender o que uma pessoa está pensando ou sentindo apenas olhando para o seu rosto.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Ele não lê expressões faciais ou emoções com facilidade.
Se sou interrompido(a), consigo rapidamente voltar ao que estava fazendo.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Interrupções o irritam e atrapalham seu foco.
Sou bom/boa de papo.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon não é habilidoso em conversas casuais.
Os outros frequentemente me dizem que eu insisto muito nas mesmas coisas.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Ele repete ideias e interesses obsessivamente.
Quando era criança, gostava de brincar de faz-de-conta com as outras crianças.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon provavelmente preferia atividades intelectuais a brincadeiras imaginativas.
Gosto de colecionar informação sobre categorias de coisas (p. ex., tipos de carros, de aves, de trens, de plantas, etc.).
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Seu interesse em quadrinhos e fatos científicos reflete essa tendência.
Tenho dificuldade de me imaginar na pele de outra pessoa.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Sheldon tem pouca empatia emocional e dificuldade em se colocar no lugar dos outros.
Gosto de planejar com cuidado todas as atividades em que participo.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Ele planeja tudo minuciosamente, como seus horários e acordos.
Aprecio eventos sociais.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon evita eventos sociais sempre que possível.
Tenho dificuldade em entender as intenções das outras pessoas.
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Ele frequentemente não entende motivações alheias.
Situações novas me deixam ansioso(a).
Resposta: a) Concordo totalmente
Justificativa: Mudanças e novidades o deixam desconfortável.
Gosto de conhecer pessoas novas.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon não busca novas conexões sociais.
Tenho uma postura conciliadora em situações de interação social.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Ele é frequentemente rígido e não conciliador.
Tenho dificuldade em lembrar o dia de aniversário dos outros.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sua memória excepcional sugere que ele lembra datas importantes.
Tenho muita facilidade em brincar de faz-de-conta com as crianças.
Resposta: d) Discordo totalmente
Justificativa: Sheldon não demonstra habilidade ou interesse em brincadeiras imaginativas.

Pontuação

Sheldon recebe 1 ponto em 43 das 50 questões, resultando em uma pontuação total de 43/50.

Interpretação

Pontuação ≥ 32: Indica alta probabilidade de traços do espectro autista. A pontuação de Sheldon (43) está significativamente acima desse limiar.

Características Observadas

Dificuldades sociais: Sheldon apresenta dificuldades marcantes em compreender situações sociais (Q11, Q27, Q36), entender intenções (Q20, Q45), manter conversas (Q26, Q33), e formar amizades (Q22). Ele também evita eventos sociais (Q44, Q47) e não é conciliador (Q48).
Preferência por rotinas e resistência a mudanças: Ele prefere rotinas rígidas (Q2, Q25, Q43) e fica ansioso com situações novas (Q46).
Atenção a detalhes e fascínio por padrões: Sheldon nota detalhes que outros ignoram (Q12, Q23, Q30) e é fascinado por números, datas e sequências (Q6, Q9, Q19, Q41).
Interesses intensos e restritos: Ele tem interesses profundos (Q16, Q39), como física teórica e quadrinhos, e se absorve neles a ponto de ignorar o entorno (Q4).
Dificuldade com imaginação social: Sheldon não se engaja em atividades de faz-de-conta (Q40, Q50), tem dificuldade em se colocar no lugar dos outros (Q42) e prefere fatos a ficção (Q21).

Conclusão da Análise

Sheldon obteve 43/50 pontos no QA, bem acima do limiar de 32, que indica alta probabilidade de traços associados ao espectro autista, e também acima de 26, que sugere traços significativos. A pontuação reflete características consistentes com o espectro, observadas em várias dimensões do teste, incluindo dificuldades sociais, preferência por rotinas, atenção a detalhes, interesses intensos e dificuldade com imaginação social.

O Quociente do Espectro do Autismo (QA), ou Autism-Spectrum Quotient (AQ), é um questionário de autoavaliação desenvolvido por Simon Baron-Cohen e colegas no Centro de Pesquisa de Autismo da Universidade de Cambridge em 2001, projetado para medir traços associados ao transtorno do espectro autista (TEA) em adultos com inteligência média ou acima da média. Abaixo, respondo às suas perguntas sobre o acesso público ao teste e quais profissionais podem aplicá-lo, com base nas informações disponíveis.

O teste QA é aberto ao conhecimento público?

Sim, o teste QA é de acesso público. O questionário foi publicado em 2001 no artigo acadêmico de Baron-Cohen et al. e está disponível em várias plataformas online, como sites de psicologia, clínicas e centros de pesquisa, frequentemente de forma gratuita. Por exemplo:

Sites como kiai.med.br e matheustriliconeurologia.com.br oferecem versões online do teste sem necessidade de cadastro.
A versão completa do QA, com 50 questões, também pode ser encontrada em publicações como o livro Cérebro Autista de Temple Grandin ou em sites como idrlabs.com.
O teste é amplamente acessível para autodiagnóstico ou triagem inicial, mas os autores enfatizam que ele não é uma ferramenta diagnóstica e deve ser usado com cautela, preferencialmente com orientação profissional.

Embora o teste seja de domínio público e possa ser respondido por qualquer pessoa, a interpretação precisa de seus resultados deve ser feita por profissionais qualificados, pois a pontuação sozinha (geralmente ≥32 indicando traços significativos de TEA) não confirma um diagnóstico de autismo.

Quais profissionais podem aplicar o teste QA?

O QA é uma ferramenta de triagem, não um instrumento diagnóstico definitivo, e sua aplicação e interpretação são recomendadas para profissionais treinados em saúde mental ou neurodesenvolvimento. Os profissionais qualificados para administrar e interpretar o teste incluem:

Psiquiatras: Médicos especializados em saúde mental podem usar o QA como parte de uma avaliação clínica mais ampla para investigar traços de TEA. Eles são qualificados para realizar diagnósticos formais com base em critérios do DSM-5 ou CID-11.
Psicólogos/Neuropsicólogos: Psicólogos com formação em avaliação neuropsicológica ou especializados em TEA podem aplicar o QA e integrá-lo a outras ferramentas, como entrevistas clínicas, testes neuropsicológicos e escalas como ADOS-2 ou ADI-R.
Neurologistas: Especialistas em neurologia, especialmente aqueles focados em transtornos do neurodesenvolvimento, podem usar o QA como uma triagem inicial para direcionar avaliações mais detalhadas.
Fonoaudiólogos: Em alguns contextos, fonoaudiólogos especializados em TEA podem aplicar o QA para avaliar aspectos comunicativos e pragmáticos, especialmente em crianças, embora o QA seja mais voltado para adultos.
Equipes multidisciplinares: O diagnóstico de TEA é frequentemente realizado por equipes que incluem psiquiatras, psicólogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos e outros profissionais, utilizando o QA como uma ferramenta complementar em conjunto com outras avaliações.

Considerações importantes

Não é um teste diagnóstico: Embora o QA seja acessível ao público, os autores alertam que ele não substitui uma avaliação clínica completa. Uma pontuação alta (≥32) sugere a presença de traços autísticos, mas o diagnóstico formal requer avaliação por profissionais com experiência em TEA, considerando histórico clínico, observação comportamental e outros instrumentos padronizados.
Falta de padronização no Brasil: No Brasil, o QA não possui uma versão oficialmente padronizada e validada para a população local, o que exige cuidado na interpretação dos resultados. Estudos estão em andamento para adaptar a escala ao contexto brasileiro.
Uso em triagem: O QA é mais comumente usado como uma ferramenta de triagem para identificar indivíduos que podem se beneficiar de uma avaliação mais aprofundada. Profissionais devem combinar os resultados do QA com outras ferramentas, como entrevistas clínicas, observações diretas e testes como ADOS-2, ADI-R ou M-CHAT (para crianças).
Limitações: O QA depende de autorrelato, o que pode ser influenciado pela autoconsciência do indivíduo ou por interpretações subjetivas das perguntas. Além disso, ele não avalia a intensidade ou o impacto dos traços na vida diária, o que reforça a necessidade de um profissional para contextualizar os resultados.

O teste QA é de acesso público e pode ser encontrado em diversas plataformas online, sendo amplamente utilizado para triagem de traços associados ao TEA em adultos. No entanto, sua aplicação e interpretação devem ser feitas por profissionais qualificados, como psiquiatras, psicólogos/neuropsicólogos, neurologistas ou fonoaudiólogos especializados, preferencialmente em um contexto multidisciplinar. Para um diagnóstico preciso, é essencial buscar uma avaliação clínica completa com especialistas em TEA, especialmente devido à complexidade do transtorno e à falta de padronização do QA no Brasil. Se você ou alguém próximo está considerando realizar o teste, recomenda-se discutir os resultados com um profissional para uma avaliação adequada.

Recomendação pós-leitura, ouvir: Enjoy The Silence - Depeche Mode

Após explorar as características e respostas de Sheldon Cooper no teste QA, sugerimos ouvir a música "Enjoy the Silence" da banda Depeche Mode. A canção, com sua atmosfera introspectiva e letras que evocam a valorização do silêncio e da contemplação, ressoa com a preferência de Sheldon por momentos de foco e tranquilidade, longe das complexidades das interações sociais.

Agradecimentos

Eu, Ricardo Gurgel, agora em minha segunda graduação, agora em Psicologia, agradeço a colaboração dos colegas Arthur Turolla, Erick Gabriel, Ana Carolina e Thiago, também estudantes da Uni-RN, na elaboração deste texto.