A estrondosa empreendedora: Sabrina Carpenter
- Ricardo Gurgel
- há 5 horas
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Em algum momento eu tinha que chegar ao tema do empreendedorismo, e não queria falar de algo pequeno. Muitos poderiam pensar em exemplos masculinos, mas este aqui supera tantos, mas tantos homens, que seria impossível não colocá-la no pódio. Pela pouca idade, pela habilidade comercial e pelo senso de negócios, ela deixou o mundo inteiro comendo poeira. O título já entrega, mas não demora muito para entender por que essa Sabrina é gigante.
A primeira vez que ouvi falar dela foi pouco antes de viajar para a Europa, em 2024. Vi um story de uma amiga na França com um som chiclete chamado “Espresso” (sim, é assim mesmo que se escreve). Para quem não tem frescura de gostar de uma música pegajosa, ficou evidente: aquilo conquistaria o mundo.
Descobrir o DNA empreendedor da Sabrina foi quase automático. Ela é uma artista que sabe exatamente quem procurar, onde se posicionar e como ganhar projeção. Ter essa visão desde tão cedo é algo raro. Sabrina cuida das composições, do desenho sonoro, do propósito de cada canção e de como tudo deve ser visualmente direcionado ao público. Essa complexidade já foi demonstrada por outras cantoras gigantes, e que foram absurdamente bem-sucedidas, mas coloco Sabrina como exemplo máximo por ser muito mais acelerada em suas conquistas e no agigantamento do seu nome em tão pouco tempo.
Quando viajei para a França, em junho de 2024, “Espresso” já estava tocando em todo lugar. Antes mesmo de dominar rádios e revistas, a música estava explodindo por conta da vontade espontânea das meninas no TikTok e no Instagram. Não havia como escapar: para minha sorte, eu achava o som ótimo. Desde então, tentei entender a genialidade por trás daquilo. O clipe, com clima de verão, era daqueles de se assistir em looping. E enquanto eu aproveitava minhas férias no "quase calor" europeu, percebia que Sabrina não apenas lançava músicas, mas criava “armadilhas midiáticas” infalíveis em seus shows. Já ali comecei a calcular quanto tempo levaria até alcançar seu primeiro bilhão de dólares.
Sabrina não é só música. Produzir hits mundiais é o sonho de milhões, mas conquista de pouquíssimos. E o detalhe: ela fez isso ainda muito jovem. Diferente de outros casos, não era uma marionete de gravadoras ou de grupos de mídia. Ela se fez por conta própria. Criou mitos em torno da própria imagem, usou frases certeiras, gerou expectativas e sempre teve senso de oportunidade.
Com um nome tão forte em tão pouco tempo, poderia escolher qualquer direção para monetizar sua rede de produtos. E, mais uma vez, não se limitou a colocar o nome em qualquer coisa: fez escolhas estratégicas. Minha impressão sempre foi clara: “Rapaz, essa menina coloca muito CEO no chinelo. Ela sabe exatamente o que quer em cada detalhe dos negócios. Olha como domina todo o processo artístico. Nunca duvide do poder de uma poderosa.”
Ao pesquisar sobre seus empreendimentos, percebi que praticamente tudo já estava muito bem encaminhado.
Principais empreendimentos de Sabrina Carpenter
1. Perfumes
Sweet Tooth (junho de 2022)
Sweet Tooth: Caramel Dream (agosto de 2023)
Cherry Baby (2024)(todos em parceria com a Scent Beauty)
2. Parcerias com marcas de consumo
Colaboração com a rede Erewhon, lançando um smoothie tropical exclusivo.
Cash App Card personalizado com estampas da artista.
Parceria com a Dunkin’, criando a bebida Sabrina’s Brown Sugar Shakin’ Espresso, inspirada no hit Espresso.
Colaboração com a Van Leeuwen, com sorvete sabor espresso e embalagem temática.
3. Moda e estilo
Participação na coleção La Vacanza da Versace, estrelando campanhas e endossando acessórios de luxo.
4. Filantropia e impacto social
Criação do Sabrina Carpenter Fund, que destina parte da renda de turnês a causas como saúde mental, educação, direitos LGBTQ+ e bem-estar animal.
Durante a turnê Short n’ Sweet, parte dos ingressos foi revertida para organizações como The Trevor Project e Pencils of Promise, por meio da ONG PLUS1.
5. Produção executiva e atuação além da música
Produtora executiva no filme Work It (Netflix).
Idealizadora e protagonista do especial A Nonsense Christmas (Netflix), no qual também aparece ao lado da irmã.
Sabrina Carpenter é muito mais que uma cantora de hits virais. Ela se consolidou como uma estrategista criativa e multifacetada, que soube transformar sua arte em marca, sua marca em negócios e seus negócios em impacto social. Uma artista completa, que mostra ao mundo como talento e visão empreendedora podem andar lado a lado, e com passos largos.
Mega empreendedora
Sabrina Carpenter já deixou claro que não é apenas mais uma cantora pop. Ela se consolidou como uma estrategista empresarial em formação acelerada, que transforma cada passo artístico em um movimento de mercado calculado. O mais impressionante é que, mesmo com conquistas tão visíveis, ainda são poucos os que enxergam a dimensão real do império que ela está construindo.
O paralelo é inevitável: assim como Rihanna, que alavancou sua imagem para criar a Fenty Beauty e transformar seu nome em um negócio de bilhões, Sabrina segue um caminho que mistura criatividade, posicionamento e visão empresarial. Rihanna mostrou que uma artista pode sair do palco e dominar setores como a moda e a beleza, e Sabrina já começa a trilhar uma estrada semelhante, com perfumes, parcerias estratégicas e campanhas globais que carregam sua identidade.
Ela não coloca o nome em qualquer produto: cada colaboração é pensada, direcionada, amarrada a um público específico e ao momento certo. Perfumes de sucesso, bebidas inspiradas em hits, presença em marcas de moda de luxo, impacto filantrópico milionário , tudo isso orquestrado em um tempo recorde, como se cada jogada fosse parte de um tabuleiro que só ela enxerga inteiro.
Enquanto muitos empreendedores, cheios de títulos e convicções, ainda acreditam estar preparados para os grandes jogos dos negócios, Sabrina Carpenter simplesmente ultrapassa. E não com fórmulas tradicionais, mas com uma combinação rara: criatividade, domínio artístico e senso estratégico de mercado.
Não é difícil projetar o que vem pela frente: bilhões e bilhões orbitando ao redor de seu nome, colocando-a no mesmo patamar de ícones como Rihanna, que transformaram talento em império. A diferença é que Sabrina fez isso em uma velocidade impressionante, em uma fase da vida em que muitos ainda estão apenas descobrindo quem são.
O mundo, em breve, vai perceber o que já está evidente para quem observa com atenção: Sabrina Carpenter não é apenas uma artista em ascensão. Ela é uma potência global, um fenômeno completo de mercado, e o futuro bilionário do entretenimento.
Um movimento maior: Sabrina, Taylor, Beyoncé e tantas outras
O caso de Sabrina Carpenter é fascinante, mas ele não é isolado. Vivemos um momento histórico em que mulheres do entretenimento não apenas brilham nos palcos, mas também se consolidam como potências empresariais globais. Esse movimento merece ser tratado em mais de uma análise e pode, sem dúvida, render muitas outras postagens.
Veja Taylor Swift, por exemplo. Muito além de seu sucesso estrondoso como cantora, ela mostrou genialidade ao regravar seus próprios álbuns para retomar os direitos autorais de suas músicas, transformando uma disputa em um fenômeno de mercado chamado Taylor’s Version. Taylor não só multiplicou seu patrimônio, como ainda redefiniu a forma como artistas encaram propriedade intelectual e controle de carreira. É visão estratégica de CEO, executada com a força de um fenômeno cultural.
Outro exemplo é Beyoncé. Sua marca Parkwood Entertainment é um verdadeiro conglomerado que mistura música, cinema, moda e audiovisual. Beyoncé não é apenas uma artista, é uma instituição empresarial, com contratos milionários, parcerias de luxo e a habilidade de transformar cada lançamento em evento global. Sua linha de moda e colaborações, como a Ivy Park com a Adidas, mostraram que ela entende de brand power como poucos.
O que Sabrina Carpenter está fazendo, portanto, a coloca na rota desse seleto grupo de mulheres que transformam talento em império. Rihanna, Taylor Swift, Beyoncé, e agora Sabrina, compõem um time de artistas que não apenas participam do mercado: elas o redefinem.
Mas isso já é assunto para uma outra postagem, em que podemos detalhar como cada uma dessas mulheres se tornou um case mundial de empreendedorismo e estratégia de marca. O importante, por enquanto, é entender: Sabrina Carpenter não é exceção, e sim a mais nova gigante em ascensão dentro desse movimento global.
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