Conversa com engenheiros de telecomunicações sobre antenas de topo e antenas laterais em torres
- Ricardo Gurgel

- 17 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de mai.
Na manhã de hoje, conversei com um engenheiro de telecomunicações de Recife e uma engenheira de telecomunicações de Fortaleza. Busquei os dois para discutir alguns estudos sobre os efeitos da montagem de antenas em diferentes posições na torre — especialmente as instaladas no topo, geralmente em mastros, e aquelas montadas lateralmente em torres mais largas.
Um ponto importante é a montagem lateral de antenas mantendo a prumada (posição perfeitamente vertical), mesmo quando fixadas em faces inclinadas das torres. Pode parecer um detalhe, mas é fundamental. A estrutura metálica da torre funciona como um corpo refletor, e, do ponto de vista físico, sabemos que ondas sincronizadas se somam, enquanto ondas fora de fase tendem a se cancelar. Essa sensibilidade à sincronia é crítica: estar em sincronia não é apenas importante, é um estado muito específico — e qualquer valor ligeiramente fora disso pode gerar interferências negativas.
Como identificar antenas de FM em uma torre?
As antenas de FM variam bastante em forma, tamanho, número de elementos e objetivos. No exemplo da imagem, vemos um modelo com dois elementos. Esses elementos podem ser identificados pelas projeções laterais e pelo formato característico que lembra um "gancho".

Posições na torre:
Na ilustração, mostro três situações diferentes:
FM-1: A antena está instalada no mastro do topo da torre — essa é a melhor posição para transmissões omnidirecionais.
FM-2: A antena foi montada lateralmente, mas ainda aproveita uma face vertical da torre, fixada em um pequeno pescoço prismático.
FM-3: A antena está posicionada em uma face inclinada da torre. Para manter a prumada vertical, foram utilizados suportes de tamanhos diferentes, compensando a inclinação.

Análise das situações:
FM-1
Os elementos dessa antena transmitem praticamente sem interferência por reflexão. O sinal tende a se distribuir de forma uniforme em todas as direções — ideal para uma cobertura estável e eficiente.
FM-2
Os elementos estão posicionados próximos à estrutura metálica da torre, que pode agir como superfície refletora. A depender da distância entre a antena e a torre, isso pode ser benéfico, desde que a reflexão esteja em fase com a transmissão direta. Caso contrário, pode haver perdas em determinadas direções.
FM-3
Neste caso, o estudo é mais complexo. Como os elementos estão a distâncias diferentes da torre, as reflexões acontecem em momentos distintos. Isso pode resultar em ondas que se anulam, ao invés de se somarem, prejudicando a eficiência da transmissão. Esse tipo de instalação exige análise cuidadosa, pois há risco real de perda de desempenho por interferência destrutiva.
Ainda estamos analisando o impacto real da montagem lateral de antenas em torres, especialmente em situações com faces inclinadas. Embora existam distâncias mínimas recomendadas entre os elementos e a torre, isso talvez não seja suficiente para eliminar todas as perdas associadas a essa posição.












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