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A prisão de Cristina Fernández de Kirchner

Situação judicial atual

Cristina Fernández de Kirchner foi condenada em primeira instância, em 6 de dezembro de 2022, a seis anos de prisão por "administração fraudulenta" no caso Vialidad, além de inelegibilidade perpétua para cargos públicos. A sentença foi confirmada pela Câmara Federal de Cassação em 13 de novembro de 2024.

Hoje, a ex-presidente da Argentina pode, em tese, ser presa. A situação traz um clima de grande expectativa à sociedade argentina, embora muitos desejem essa prisão, poucos realmente acreditam que ela acontecerá de fato. Caso seja detida, é provável que cumpra a pena em regime domiciliar, por conta de sua idade avançada, o que é previsto na legislação argentina.

Nesta segunda-feira, enquanto dirigia, ouvi online duas das principais rádios do país: Rádio Mitre e Rádio Rivadavia. Nesta terça, pretendo escutar também a Rádio 10, historicamente alinhada aos Kirchner. Provavelmente pintarão um retrato de mártir para Cristina, algo que ela já antecipou em discursos na capital, Buenos Aires. Um comício realizado antes da possível prisão reforçou essa narrativa de sacrifício, algo que remete a episódios semelhantes em outros países. É uma fórmula antiga, mas ainda eficiente para conquistar a adesão de camadas populares mais vulneráveis, que frequentemente carecem de educação crítica e apoio institucional.

Meu nome é Ricardo Gurgel, sou engenheiro e estudioso da economia. Observar a Argentina é como folhear um livro em tempo real, com capítulos novos todos os dias — uma oportunidade constante para testar conhecimentos e identificar padrões históricos que se repetem de maneira quase previsível.

Agora, resta saber qual será a postura da imprensa brasileira: Cristina será retratada como heroína ou como culpada? Este episódio será um interessante laboratório de narrativas, tanto para a mídia argentina quanto para os países com vínculos políticos e ideológicos com ela.

A manifestação em seu apoio, realizada à noite, foi surpreendentemente fraca. Parte de seu próprio partido parece enxergar a prisão como uma oportunidade de refundação, um rompimento necessário para tentar recuperar relevância eleitoral, sobretudo após a recuperação econômica que começou sob o governo Milei, hoje o principal adversário de Cristina, do peronismo e da esquerda latino-americana em geral. O sucesso de Milei causa apreensão entre setores progressistas da região, justamente por representar uma possibilidade concreta de vitória na guerra cultural, algo antes considerado inviável.



 
 
 

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