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WORKSHOP RÁDIO DIGITAL - A contribuição para o debate da ZYDIGITAL

Tarifa sobre importados não ajuda a indústria, deixa os industriais montados em nossas costas

Brazilian Engineer Ricardo Gurgel: In Brazil, digital radio will start on AM

Tarifa sobre importados não ajuda a indústria, deixa os industriais montados em nossas costas

Atualizado: 3 de mai.

E isso também tem muita relação com a indústria do rádio em várias camadas.

O Brasil não é o país mais industrializado da região; ao contrário, é um dos que mais perdeu indústrias, resultado de fragilidades históricas em nossa economia e da fraqueza competitiva gerada pelo vício no protecionismo. Esqueça essa falsa matemática de que aumentar impostos sobre produtos importados gera emprego. O mais engraçado é que quem defende essa ideia, em geral, são justamente aqueles que têm histórico de ódio aos empresários — e sim, são os empresários, e não os empregados, que se beneficiam quando a concorrência externa é impedida de chegar.

Muito mais empregos nascem da cadeia de importação do que de um parque industrial protegido por amigos do poder. O protecionismo só serve para alimentar redes burocráticas, criando cargos de chefia para a alocação de indicados políticos com altos salários, enquanto você precisa vender um rim para comprar um carro apenas razoável ou sofre para pagar preços absurdos em computadores. Ter um iPhone, então, chega a equivaler a ter um apartamento!

Essas são as comparações mais óbvias, mas o impacto é muito mais amplo: reforma de casa, guarda-roupa, martelos, restaurações dentárias... tudo fica mais caro. Porque, querendo ou não, quase nenhuma indústria nacional é completamente independente. Até salvar um dente fica mais caro por causa de taxas de importação. Sua vida pode ser perdida pelos preços inalcançáveis de planos de saúde ou de tratamentos clínicos específicos. A área médica, inclusive, é fortemente dependente de produtos importados. A taxação é, no fundo, o Estado dizendo:"Me entregue cinco maçãs que, de presente, eu te darei duas. Veja como é essencial que eu te cobre para que você não passe fome!"

O que Trump fez nos EUA nem de longe se aproxima da filosofia de Javier Milei, nem da prática de livre mercado defendida pela escola econômica que guia hoje as mudanças na Argentina — a mesma linha que inspirou países como Nova Zelândia e outras nações com alto grau de desenvolvimento humano e de satisfação pessoal.Sim, ter liberdade para comprar o que é do seu interesse contribui para a felicidade individual e, portanto, para a saúde da sociedade como um todo.

Fiquei particularmente irritado ao comparar o preço de um produto que desejo comprar: primeiro, o valor sem impostos de importação; depois, o valor do mesmo equipamento já no Brasil, com impostos pagos. É um item que interessa a menos de 1% da população, mas para mim tem grande valor. Hobby é isso: não se explica o desejo. Imagine algo muito querido a você — e o governo deixando isso três vezes mais caro, dificultando seu acesso.

O Dexismo (a prática de "pescar" rádios em bandas variadas) é uma paixão de infância para mim. O prazer de escutar conversas de aeroportos, de captar rádios de lugares distantes e até nisso o Estado atrapalha. Olhe os números:

  • Valor do equipamento antes dos impostos: R$ 487,63

  • Valor do equipamento já no país, com impostos: R$ 1.305,40

E não para por aí: no caso de produtos mais complexos como processadores de áudio, antenas específicas, transmissores e componentes eletrônicos, até para os fabricantes nacionais, toda a cadeia é afetada. E geralmente ocorre o efeito cascata. Assim, quando se ouve que a taxa de importação é "apenas" 50%, é preciso lembrar que sobre esse valor cheio ainda incidem impostos internos como o ICMS (cerca de 17%, dependendo do estado) e outras taxas específicas que podem facilmente fazer o preço final triplicar.

Qual país está apresentando incríveis números de recuperação após praticamente ter mergulhado no abismo econômico?

A Argentina. E seu caminho é claro: gastar menos do que se arrecada, reduzir impostos para a indústria local e cortar tarifas de importação para fomentar concorrência, beneficiando o consumidor. Quando o consumidor é o maior beneficiado, toda a economia se fortalece.

Não se deve proteger industriais só porque eles estão instalados no país. O consumidor prefere um iPhone pela metade do preço a esperar 20 anos para que a indústria nacional fabrique um celular que já estará obsoleto em 2045. Se o consumidor puder escolher entre produto nacional e importado a bons preços, forçará a indústria local a lutar pela excelência. E, nessa luta, paradoxalmente, a indústria local se tornará mais competitiva, respeitada e forte no mercado internacional.

No Brasil

Vivemos a eterna piada do protecionismo. Houve um tempo em que se pretendia supertaxar computadores na esperança boba de que inventaríamos a roda e desenvolveríamos nossa própria indústria tecnológica. E o que tivemos? Nada. A indústria automobilística, protegida até a alma, nos oferecia carroças caras, problemáticas e feias.

O protecionismo é irritante. Ele nos afasta da satisfação pessoal e do progresso.


Não é apenas uma questão ideológica: todo brasileiro sente no bolso. Enquanto em outros países (com mercados mais abertos) as pessoas compram produtos melhores e mais baratos, aqui a gente paga caro por coisas de qualidade inferior e isso todo mundo vê e vive, não é uma abstração.

O empirismo brasileiro desmonta os argumentos protecionistas que, na teoria, até poderiam parecer razoáveis.

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