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O que aprendi com Claudio Zuchovicki, talvez o melhor professor de economia da América Latina

Claudio Zuchovicki: o economista que ensina com parábolas

Preciso trazer aqui o nome de um dos economistas de quem mais aprendi sobre economia argentina — e economia em geral. Claudio Adrián Zuchovicki é, para mim, um dos grandes mestres latino-americanos do pensamento econômico. O que mais impressiona em sua atuação é a genialidade com que utiliza analogias e parábolas para explicar de forma simples o funcionamento, muitas vezes complexo, das engrenagens econômicas.

Zuchovicki é um renomado economista, jornalista e analista financeiro argentino, amplamente reconhecido por sua habilidade de tornar acessíveis os conceitos mais difíceis da macroeconomia. Usa uma linguagem clara, repleta de metáforas — como a da “doença” do déficit e os “sintomas” econômicos — para traduzir realidades que normalmente estariam restritas a técnicos e iniciados. Seu tom é crítico, mas sempre didático. Busca conscientizar o público da necessidade de enfrentar as causas dos problemas e não apenas remediar os efeitos.


Particularmente, o considero um dos maiores professores de economia da América Latina por dois motivos principais.

  • Primeiro, porque ele se posiciona claramente próximo das ideias da Escola de Chicago e da Escola Austríaca de Economia, ou seja, um economista liberal, um pensamento econômico que se opõe ao já tantas vezes falho keynesianismo. A história econômica mundial mostra como as nações que adotaram o livre mercado se tornaram potências. A própria China, apesar de seu regime político, há anos aplica muitas práticas liberais, construindo assim seu gigantismo.

  • O segundo motivo é sua impressionante didática. Claudio consegue transformar assuntos densos e difíceis em parábolas tão claras que qualquer pessoa pode compreender. É uma pena que, por falar em espanhol, ele ainda não seja mais conhecido entre os brasileiros.


Em linhas gerais, seu pensamento pode ser resumido assim:

1. Impostos

Zuchovicki defende uma estrutura tributária mais eficiente e menos onerosa, especialmente sobre produção e consumo. Para ele, uma alta carga tributária desestimula o investimento e o crescimento, sendo urgente uma reforma que simplifique o sistema e alivie os encargos sobre empresas e cidadãos.

2. Importações e exportações

É a favor da liberalização do comércio internacional, com redução de barreiras tarifárias e burocráticas. Importações aumentam a competitividade interna e exportações são vistas como caminho para o crescimento sustentado e a integração global.

3. Liberdade de mercado

Zuchovicki acredita que menos intervenção estatal e mais liberdade econômica geram inovação, eficiência na alocação de recursos e desenvolvimento. Políticas de mercado aberto, segundo ele, incentivam o empreendedorismo e o progresso.

4. Déficit público

É firme defensor da responsabilidade fiscal. Para ele, déficits crônicos minam a confiança dos investidores e causam instabilidade, sendo essencial equilibrar receitas e gastos com reformas estruturais e disciplina orçamentária.

Presença na mídia e redes sociais

Mercados e mídia

Além de sua carreira no mercado financeiro e na academia, Zuchovicki tem forte presença na mídia. É colunista do jornal La Nación e participa de programas de rádio e televisão, sempre com análises bem fundamentadas da economia argentina e internacional.


Redes

E aqui está a parte boa dos nossos tempos: podemos acompanhá-lo nas redes sociais. Claudio mantém um canal no YouTube com vídeos, entrevistas e conferências, além de estar ativo no Instagram e no X (ex-Twitter), sempre compartilhando suas visões e interagindo com o público.


Formação

Zuchovicki é formado em Administração de Empresas pela Universidade Argentina da Empresa (UADE), com pós-graduação em Mercado de Capitais pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e especialização em Futuros e Opções pelo Chicago Board of Trade.


Um vídeo que vale cada segundo

Para quem se interessa por economia — e, sinceramente, até para quem não se interessa — recomendo fortemente assistir a seus vídeos. Me sinto na obrigação de indicar ao menos um que considero essencial, pois mostra a clareza com que ele antecipa os problemas que a Argentina enfrentaria — muito antes de Javier Milei ser eleito e colocar em prática muitas das políticas que Zuchovicki já apontava como necessárias.

O vídeo foi publicado em 15 de maio de 2023, bem antes da vitória de Milei, e se chama:

"Claudio Zuchovicki: 'tasa, inflación y tipo de cambio son el síntoma. La enfermedad es el déficit'"

Nele, Claudio mostra como inflação, taxa de juros e câmbio volátil são sintomas de uma doença maior: o déficit fiscal.


Resumo dos principais pontos:

1. O déficit como raiz de tudo

Zuchovicki afirma que o crônico déficit fiscal argentino — gastar mais do que se arrecada — é a verdadeira causa das crises. Isso leva o governo a recorrer à impressão de moeda, aumento de dívida ou manipulação cambial.

2. Os sintomas da doença:

  • Inflação: causada pela desvalorização do peso devido à emissão de moeda.

  • Juros altos: tentam conter a inflação, mas travam o crédito e a economia.

  • Câmbio instável: pressão sobre o dólar leva a desvalorizações e ao mercado paralelo (o “dólar blue”).

3. Círculo vicioso

Sem combater o déficit, as medidas paliativas só agravam a situação. Controles cambiais, por exemplo, geram escassez de dólares; a emissão de moeda perpetua a inflação.

4. A saída

Embora o vídeo seja mais diagnóstico que prescritivo, Zuchovicki aponta que só com disciplina fiscal será possível sair do ciclo vicioso. Reformas estruturais são fundamentais.

5. Contexto político

Ele contextualiza sua análise com exemplos de políticas do passado e observa como a falta de consenso político dificulta a solução dos problemas.

Claudio Zuchovicki é, sem dúvida, um desses economistas que ensinam mais do que teoria: ele ensina a pensar corretamente sobre economia. E pensar certo, antes de tudo, é olhar para as causas e não apenas para os efeitos.


Claudio Zuchovicki não é um apoiador explícito de Javier Milei, embora compartilhe vários diagnósticos e princípios econômicos semelhantes, especialmente no que diz respeito a:

  • combate ao déficit fiscal,

  • defesa do livre mercado,

  • necessidade de reformas estruturais profundas,

  • crítica à emissão monetária descontrolada,

  • valorização da liberdade econômica como motor de crescimento.


Contudo, Zuchovicki adota uma postura mais técnica e analítica do que ideológica. Em suas entrevistas e colunas, ele costuma:

  • evitar alinhamentos partidários diretos,

  • manter um tom equilibrado, mesmo quando critica políticas anteriores ou atuais,

  • focar nas consequências econômicas das decisões, em vez de nas figuras políticas que as tomam.


Em suma: ele não é um militante pró-Milei, mas há convergência entre suas propostas econômicas e algumas medidas do atual governo argentino. Ao mesmo tempo, Zuchovicki mantém a independência analítica que o caracteriza, reconhecendo riscos e desafios mesmo em políticas com as quais concorda em teoria.




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