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O mercado brasileiro de rádio online versus a perda de audiência do rádio: existe essa relação?

Um exemplo de reposicionamento admirável é o da Jovem Pan, que conseguiu aumentar sua audiência tanto no rádio quanto em suas plataformas digitais. A emissora incorporou de forma intensa o jornalismo, com uma linha editorial em geral favorável ao empreendedorismo. Não se trata de uma posição partidária, mas sim de uma escolha que dialoga com o perfil de ouvintes mais afinados com esse tipo de conteúdo.

Não por acaso, a rádio Mitre, na Argentina, com fórmula semelhante em seus programas jornalísticos, mantém uma liderança estável e sem riscos de perda de posição. Embora a Jovem Pan opere com diferenças entre sua programação em rede e a grade local de São Paulo, na capital paulista o encaixe ficou notoriamente bem ajustado, como confirmam diversas formas de medição de audiência.

As métricas mais confiáveis, no entanto, não vêm de institutos tradicionais de pesquisa, mas dos números em tempo real de seus programas transmitidos simultaneamente no rádio e no YouTube. Nessas plataformas, a audiência chega a níveis absurdamente superiores aos de concorrentes consideradas marcas nacionais, chegando a ser dezenas de vezes maior.

A Jovem Pan percebeu que o rádio atrativo é aquele baseado em comunicação: o esporte e o jornalismo seguem como diferenciais ainda pouco ameaçados por outros meios. A opinião e a análise se consolidam tanto no rádio quanto nas plataformas digitais de repetição. Assim, fica evidente que as grandes rádios estão lidando com a convergência sem privilegiar apenas um canal de transmissão, mas oferecendo ao ouvinte, seja ele ouvinte tradicional, webouvinte ou telespectador, múltiplas formas de acesso ao conteúdo, seja ao vivo ou sob demanda.


Cochilar nas tendências: um risco mortal para qualquer emissora

No universo do rádio, e da mídia em geral, a estagnação não é apenas perigosa: é fatal. O comportamento da audiência mudou, os meios de distribuição se multiplicaram e a velocidade das transformações tecnológicas não dá margem para longos períodos de indecisão. Emissoras que “cochilam” diante das novas tendências acabam não apenas perdendo espaço, mas muitas vezes caem em um processo de irrelevância do qual dificilmente conseguem se recuperar.


O novo parâmetro: tempo real

O que antes se media em pesquisas trimestrais ou semestrais, hoje se mede em tempo real. Plataformas como YouTube, Shoutcast, redes sociais e painéis de streaming oferecem dados instantâneos, transparentes e comparáveis. Ignorar essas métricas significa não entender o pulso da audiência. Enquanto algumas rádios ainda discutem o peso das pesquisas tradicionais, concorrentes já conquistam patamares de engajamento dezenas de vezes maiores em plataformas digitais, sem precisar de intermediários para validar sua relevância.


A velocidade da convergência

A convergência entre rádio, internet e vídeo não é mais tendência: é realidade. As emissoras que resistem a esse movimento, mantendo-se apenas na transmissão linear tradicional, estão condenadas a ver seu público migrar para quem entrega a experiência multiplataforma. O ouvinte quer liberdade: acessar ao vivo ou sob demanda, ouvir no carro ou assistir no celular, participar via comentários e interações. A emissora que não oferecer esse ecossistema simplesmente não existe para as novas gerações.


O peso da inércia

Um detalhe crucial: quando uma rádio perde espaço, não é apenas a audiência que diminui. Perde-se valor de marca, relevância para anunciantes, capacidade de atrair talentos e até credibilidade editorial. E, no ritmo atual, uma lacuna deixada pode ser ocupada em questão de meses por um concorrente mais ágil. Recuperar essa posição, por outro lado, pode levar anos, se for possível.


Mortal não é exagero

Chamar de “mortal” não é força de expressão. Muitas rádios já desapareceram não por falta de talento ou tradição, mas por não acompanharem o compasso tecnológico e cultural da audiência. Enquanto algumas se reinventaram com jornalismo dinâmico, esportes interativos e forte presença digital, outras se apegaram ao passado e acabaram sendo engolidas pela irrelevância.

 
 
 

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