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DAB+DRM: a inevitável convergência dos padrões de rádio digital — voluntária ou não.

A definição de um padrão de rádio digital em um país costuma se assemelhar a uma decisão de “curso forçado”, quase como a adoção de uma moeda. A nação se debruça sobre debates, enfrenta embates internos e, após anos, decide qual será o modelo de transmissão e recepção que adotará, abolindo qualquer outro sistema. No entanto, é inevitável constatar que, em 2025, todas as previsões feitas pela indústria em 2005 projetavam índices de penetração muito maiores do que os que realmente se concretizaram.

Se essa disputa global fosse comparada a uma “briga de mercado” entre empresas vendendo produtos semelhantes, a mais forte já teria absorvido as concorrentes ou, em caso de equilíbrio, haveria uma fusão estratégica para evitar o baixo crescimento e o desgaste da guerra. Apesar de certa dose de civilidade e respeito entre os defensores de cada padrão, nos bastidores a disputa é mais visceral. Ainda assim, o que prevalece é a forma relativamente diplomática com que cada modelo se apresenta frente ao outro.

Uma fusão tecnológica entre padrões criaria uma opção única e global, unindo o melhor de cada estratégia e fortalecendo sua competitividade. Mas a natureza técnica impede que isso aconteça: são tecnologias e abordagens diferentes, que não podem simplesmente ser misturadas para gerar algo novo e superior. A convergência, portanto, se dá por outra via: compreender que o mercado já sinaliza a lógica de complementaridade. Não há como unificar as tecnologias, mas é possível fazê-las coexistir, cada uma atendendo necessidades distintas, urbanas e rurais, de proximidade ou de alcance. De um lado, um modelo preparado para enfrentar as grandes cidades emparedadas; de outro, uma tecnologia pronta para vencer distâncias e atender pequenas localidades. Um complemento nítido, que pode se tornar a forma mais otimizada de adoção.


A convergência por outra via

Países de grande extensão territorial, com metrópoles densamente povoadas e extensas áreas afastadas, teriam uma cobertura mais eficiente se encarassem o DAB+ como sucessor natural do FM e o DRM como equivalente ao antigo papel do AM. Não se trata de sobreposição de bandas, mas de características complementares: o DAB+, com seu apelo urbano e resiliência em meio às “selvas de pedra”, e o DRM, com sua capacidade insuperável de alcançar médias e longas distâncias.

Nessa lógica, o HD Radio teria dificuldade em enfrentar a força de uma união estratégica entre DAB+ e DRM. Em seus papéis específicos, o DAB+ seria essencialmente urbano, enquanto o DRM expandiria o alcance para áreas rurais e cidades menores, formando um ecossistema de cobertura equilibrado.


O caminho da complementaridade

Não por acaso, alguns receptores já são fabricados com capacidade de sintonizar múltiplos padrões. Isso torna plenamente viável a convivência entre DAB+ e DRM. A Austrália já dá sinais de viabilidade, e o Brasil poderia iniciar uma aproximação nesse sentido. Outros países e regiões inteiras também poderiam adotar a fórmula DAB+DRM como solução sob medida, aplicável tanto a grandes metrópoles quanto a pequenas cidades.

A lógica é semelhante à de uma companhia aérea que utiliza aviões de portes diferentes para rotas longas e curtas: se tivesse apenas um único modelo de avião, muitas rotas se tornariam inviáveis. Da mesma forma, países que optaram por apenas um padrão enfrentam hoje baixa penetração. Talvez precisem reconhecer que complementar suas “sombras de cobertura” e índices reduzidos de adoção com outro padrão seja um caminho inevitável.


DAB+ e DRM: uma aliança possível

A união entre DAB+ e DRM teria um efeito explosivo na América do Sul. A partir do Brasil, poderia nascer um “superbloco” com força inédita, capaz de acelerar a digitalização do rádio. O país, com seus contrastes regionais, oferece justamente o cenário ideal: metrópoles e áreas interioranas exigem soluções distintas.

Com DAB+ e DRM ajustáveis a cada situação, o Brasil teria condições de dimensionar corretamente o modelo de transmissão em qualquer região — de megacidades a pequenas localidades. Esse sistema cooperativo reduziria conflitos tecnológicos e aceleraria a adoção dupla em países hoje paralisados em seus processos de decisão sobre o rádio digital.



Projeto: Conhecendo o DAB+

Estou desenvolvendo o projeto CONHECENDO O DAB+, cujo objetivo é viajar à França em 2026 para me encontrar com entusiastas do modelo DAB+, sejam eles ligados à própria indústria ou apenas ouvintes apaixonados. Quero captar, sem intermediários, a percepção subjetiva de como é ter à disposição o sistema DAB+ para ouvir rádio digital, além de realizar gravações indoor.

Minha base será em Nancy, França, e, caso a arrecadação supere o valor mínimo, pretendo estender os testes no percurso entre Nancy e Luxemburgo. A arrecadação será destinada, principalmente, a cobrir passagens aéreas e o aluguel de um carro equipado com receptor DAB+, o que permitirá também um circuito pelas proximidades de Nancy.

Os custos básicos de alimentação e hospedagem não farão parte da meta. Portanto, atingindo os valores necessários para as passagens e o carro, a viagem já estará confirmada. Estou avaliando duas janelas de viagem: janeiro ou junho de 2026.


Arrecadação

Haverá duas formas para apoiar o projeto:

  • PayPal: para doações nacionais e internacionais, em qualquer moeda e valor.

  • PIX: para doações no Brasil.

Como forma de agradecimento, pretendo incluir a imagem do patrocinador (pessoa ou empresa) em uma postagem dedicada, junto de uma mensagem pessoal de reconhecimento ao apoio ao rádio digital no Brasil. Além disso, enviarei a lista de apoiadores para as principais associações de rádio, para que estejam cientes do esforço que o Brasil está fazendo em prol do rádio digital.


PayPal (doações nacionais ou internacionais)

PIX (sistema brasileiro)

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