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Ministro das Comunicações, que tal ser lembrado por gerações futuras?

Atualizado: 31 de jul.

O cargo de Ministro das Comunicações no Brasil é uma nomeação do governo federal e tem entre suas atribuições regulamentar e supervisionar os serviços de radiodifusão (rádio e TV). É uma função que, embora estratégica, raramente gera projeção pública, mas isso pode mudar.


Start na digitalização do rádio AM: banda livre para começar sem resistências

O Brasil vive uma oportunidade raríssima no cenário global: iniciar a digitalização do rádio em curto prazo, e com uma banda praticamente livre, a AM. Trata-se de um terreno fértil, onde sistemas digitais que já operam em AM há décadas podem ser implementados. É claro que não basta seguir o protocolo: será necessário realizar testes locais e reais, com cronogramas bem definidos e objetivos mensuráveis. Nada de prazos espaçados e resultados desconectados.

A escolha do sistema ideal deve se dar por meio de testes comparativos, avaliando a eficiência da transmissão, as condições de transição para a indústria e para as emissoras, e principalmente a escalabilidade, tanto pela adesão dos ouvintes quanto pela viabilidade de construção de novos parques transmissores. Também deve-se analisar as condições contratuais que cada sistema impõe ao país. Não precisamos de mais 20 anos para decidir. As alternativas estão postas, são conhecidas e amplamente testadas.


O AM é o primeiro a entrar nos "boxes"

O AM já está com os pneus gastos e corre o risco de sair da pista a qualquer momento. A digitalização é urgente. Como já expus em outros textos, a proposta aqui não é migrar o AM aos poucos, mas iniciar diretamente com transmissões 100% digitais. A banda AM no Brasil encontra-se praticamente desocupada, o que facilita enormemente a distribuição de canais exclusivamente digitais.


Como ser lembrado por fazer o que outros não fizeram?

A digitalização da TV no Brasil foi lenta, mas inevitável. A transição levou anos e acabou diluindo seu impacto entre diversos governos. No rádio, porém, há espaço para ação mais rápida e com resultados perceptíveis em curto prazo. Existem atalhos que o mundo já testou, e há formas de evitar o gradualismo extremo que, ao contrário do que muitos pensam, não facilita a adaptação: ele desmotiva o ouvinte e emperra a indústria.


Digitalizar o rádio é muito mais do que melhorar o som

A TV digital trouxe apenas melhoria de imagem. O rádio digital, por sua vez, pode oferecer muito mais: interatividade, envio de arquivos de texto, imagens estáticas e até vídeos. E, acima de tudo, pode dar um novo sentido à banda AM, hoje à beira do esquecimento, tornando-a uma plataforma moderna, com som limpo e ampla cobertura regional e nacional.

A estratégia pode ser começar pelo AM, consolidar a cultura de audiência digital, e só então levar a transformação ao FM. Isso dá tempo à indústria, ao mercado e ao ouvinte para se adaptarem de forma orgânica.


Você sabe quem é o atual ministro das Comunicações?

Provavelmente não. E nem vou citar aqui, justamente para reforçar o ponto. A maioria das pessoas não sabe quem ocupa o cargo. Mas isso pode mudar. Um ministro que viabilize essa transformação poderá ser lembrado por décadas, apenas por permitir que os modelos de digitalização em teste mostrem seu potencial no país.

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Pontos-chave para ser lembrado como Ministro das Comunicações:

  • Ser lembrado por ressuscitar o AM com qualidade sonora primorosa

  • Ser lembrado por eliminar o chiado do rádio brasileiro

  • Ser lembrado por colocar o rádio à frente da TV em interatividade digital

  • Ser lembrado por oferecer sinal com nitidez em grandes distâncias

Num país onde normalmente só se lembram dos ministros da Economia, da Saúde ou da Educação, muitas vezes por motivos negativos, destacar-se num ministério que raramente gera nomes notáveis seria um feito digno de qualquer currículo de Estado.


O próprio fato de o ministro e o presidente anunciarem a implantação do rádio digital, por si só, já os inscreve na história

O ministro pode agir de diversas formas para acelerar a popularização do rádio digital. Uma das medidas mais impactantes seria facilitar a importação de receptores, permitindo que o público tenha acesso direto à nova tecnologia. As mesmas exceções aduaneiras poderiam ser estendidas à indústria nacional, incentivando o desenvolvimento de novos transmissores, processadores e equipamentos compatíveis com os novos padrões de transmissão.

Além disso, o ministério pode agilizar a política de concessões, adaptando-a à era digital. Uma proposta ousada, porém viável, seria permitir que emissoras FM já estabelecidas solicitem um canal secundário digital na faixa AM. Isso poderia despertar o interesse imediato de grandes grupos como BAND, CBN, Rádio Jornal (Recife), Rádio Clube (Recife) e Verdinha (Fortaleza).

O potencial é imenso: novos formatos, novos serviços e uma economia digital de radiodifusão ganhariam fôlego, movimentando toda a cadeia da indústria ao varejo, da educação à publicidade. Uma verdadeira transformação do setor poderia ser impulsionada por decisões políticas simples, mas estratégicas.


O rádio digital pode oferecer:

  • Interatividade com o ouvinte

  • Transmissão de arquivos de texto, imagem e vídeo

  • Qualidade sonora superior

  • Cobertura regional e nacional com eficiência energética


Como o brasileiro vai esquecer que poderá ouvir rádios distantes, a centenas de quilômetros, com qualidade?

Eu me imagino aqui, ouvindo a Rádio Jornal de Pernambuco, com seu rico acervo e toda a sua equipe, mesmo estando a mais de 200 quilômetros de distância. Da mesma forma, poderei sintonizar rádios do interior do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Até mesmo as pequenas rádios locais conseguirão estabelecer uma conexão regional com seus moradores. As emissoras AM poderão se tornar instrumentos poderosos para o ensino a distância, com os recursos que o sistema DRM oferece, como o envio de materiais de apoio diretamente para tablets, auxiliando professores e alunos no processo educacional.

As novas fronteiras do rádio digital serão limitadas apenas pela nossa imaginação.

Se há um ministério onde é raro fazer história, justamente por isso é onde ela mais se destaca quando acontece. E o rádio brasileiro está pronto para essa virada.



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