Kast, opositor de Boric, é virtualmente o novo presidente do Chile
- Ricardo Gurgel

- 16 de nov.
- 2 min de leitura
Jeannette Jara candidata de Boric alcança, com dificuldade, apenas 25% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto a oposição, fragmentada em várias candidaturas, acumula praticamente 70% dos votos. Inclusive, o fato de a candidata de Boric chegar ao primeiro lugar no primeiro turno deve-se unicamente à fragmentação dos votos da direita, que inevitavelmente se unirão em torno de um voto opositor no segundo turno. Trata-se de uma defensora do comunismo em sentido literal, o que, de forma alguma, lhe dará a mínima possibilidade de chances reais de vitória.
Contexto Rápido
Kast + Kaiser + Matthei + Parisi = ~65-70%
Eleições Legislativas (paralelas): Direita ganha terreno na Câmara e Senado, complicando governabilidade para quem vencer
Jara no segundo turno: ginástica retórica vs. realidade aritméticaPor mero padrão de neutralidade analítica — e para não ser acusado de antecipar o inevitável —, concede-se aqui o exercício de imaginar alguma possibilidade de Jeannette Jara tornar-se a próxima presidente do Chile. Fala-se, então, nas maiores ginásticas possíveis:
que Franco Parisi (18-19%) migre todo seu eleitorado populista para a esquerda;
que Johannes Kaiser (13-14%) traia sua própria base libertária e apoie uma comunista;
que Evelyn Matthei (13%) ignore 30 anos de UDI e convoque seus eleitores a votar contra Kast;
que os 3-4% de brancos/nulos se convertam magicamente em votos úteis para Jara;
e que, por fim, o eleitorado de centro-direita sofra amnésia coletiva sobre segurança, imigração e economia.
Feita a ginástica, a realidade se impõe: não há a menor chance. Com 40-50% das urnas apuradas, a oposição já soma ~70% dos votos válidos, distribuídos entre quatro candidatos que, sem exceção, declararam apoio a Kast no segundo turno. A matemática é simples: mesmo que Jara alcance 28-29% no primeiro turno (seu teto histórico), precisaria de mais de 20 pontos de virada em quatro semanas — algo que nunca ocorreu na história chilena pós-Pinochet.Kast, por sua vez, herda automaticamente Kaiser e Matthei (27 pontos somados) e deve abocanhar pelo menos 70% de Parisi. Simulações conservadoras já o colocam em 54-56% no balotage. Portanto, falar em "chance" para Jara é cortesia retórica. A futura presidente do Chile não se chamará Jeannette Jara. Ponto final.












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